Filmes natalinos são quase uma obrigação nesta época do ano, e podemos fazer listas e listas dos melhores, porém sempre serão subjetivas. Aqui está a minha humilde opinião de ótimos filmes com um plano de fundo natalino que talvez não recebam tanta atenção na época festiva. Aproveite e deixe sua lista/opinião nos comentários.
Filmes de Natal, só que não.
“O Árbitro” (1994)
Em sua maior parte, os filmes de Natal são reconfortantes, mas, ocasionalmente, o final de ano pode ser usado para fins mais subversivos, e além de “Papai Noel às Avessas”, um dos melhores exemplos é o filme de Ted Demme, “O Árbitro.” O segundo longa do diretor (que morreu em 2002, com apenas 38) estrelado por Denis Leary como um ladrão em fuga que leva um casal (Kevin Spacey e Judy Davis) refém na véspera do Natal. Sem que ele soubesse, no entanto, eles estavam a caminho de um aconselhamento matrimonial, e estão entre os casamentos mais tóxicos já visto em tela. Escrito por Richard LaGravenese com sua cunhada Marie Weiss, este filme é a antítese aos filmes estilo reunião de família, usando o contido set-up para realmente deixar Spacey e Davis usar seu humor negro, com Leary perfeitamente colocado como o homem cada vez mais irritado que está preso no meio da confusão. E o script usa de forma inteligente o Natal, com a família (além de JK Simmons como o comandante da escola militar sendo chantageado pelo filho do casal) também se transformando durante o processo. É um filme inteligente e engraçado: é uma tentativa bem-vinda de retratar o Natal com sua família como ele realmente é, e não como o ideal aconchegante.
“Os Fantasmas Contra Atacam” (1988)
Você deve imaginar que “Os Fantasmas Contra Atacam” teve o sinal verde mais rápido da história: “Bill Murray atuando em ‘Um Conto de Natal’.” Vendido! O clássico de Charles Dickens e seu personagem principal ranzinza foram aparentemente feitos para a lenda da comédia, e com um grande orçamento, consequência do seu maior sucesso “Ghostbusters”, parecia ser uma licença para imprimir dinheiro. Porém, o filme foi mal recebido pela crítica, apesar de bastante sucesso comercial, e que parece ser uma resposta justa para um filme que é descontroladamente desigual, contendo ataques de inspiração e, ocasionalmente, momentos embaraçosos. Atualizando a história original ao apresentar uma New York recente, com Murray como um produtor de TV sendo escoltado através do passado, presente e futuro por um trio de fantasmas, você sente, por toda parte, a tensão entre a persona anárquica de Murray e a ideia de um filme de Natal reconfortante com grande orçamento. E, neste ponto, os produtores ainda não tinham aprendidos a usar Murray para o atingir corações, bem como risos – ao contrário do “Dia da Marmota” alguns anos mais tarde, sua atuação não convence tanto. Mas o ator mantém as coisas juntas tão bem que, apesar das falhas, você tem uma diversão muito boa de qualquer maneira.
“Contos de Natal” (1951)
Cada geração deixa sua própria impressão sobre o conto de Charles Dickens sobre Scrooge e os fantasmas, quer se trate de Michael Caine e Bill Murray, Reginald Owen, Albert Finney, a voz de Nicolas Cage, ou uma monstruosidade em CGI que vagamente parece com Jim Carrey. Mas talvez o mais amado é “Contos de Natal”, com uma versão do personagem feito pelo ator britânico Alistair Sim – com uma performance central – perto do definitivo e de uma escuridão vencedora. Filmado em tons preto e branco quase Noir, parece mais perto de algo como clássico do cinema Noir do que qualquer coisa que você poderia fazer com um muppet. A adaptação, pelo roteirista Noel Langley, é inteligente, com um realismo psicológico muito maior, e um pouco mais de detalhe da história de fundo da figura central que ajuda, e não destrói, a história. Os fantasmas são, excepcionalmente, legitimamente assustadores, e temas que estão no livro, sobre desigualdade e pobreza, obtém uma ênfase que é carregada ao longo do filme, dando-lhe um aspecto raro e de substância. E entre um excelente elenco (Michael Hordern usa todas as suas habilidades shakespearianas para fazer Jacob Marley), este filme é transcendentalmente bom, tocante, mas nunca totalmente desencadeado, enquanto vemos a construção de Scrooge em uma pessoa real. Mais do que qualquer outro, você sente que esta é a versão que Dickens endossaria.