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Leica: história da câmera que conquistou o mundo em pouco tempo

A história da Leica se mistura com a história do engenheiro alemão Oskar Barnark (1879 – 1936), funcionário da fábrica de óptica Leitz Wetzlar. Barnark era apaixonado por fotografia, mas ...

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Leica: história da câmera que conquistou o mundo em pouco tempo

A história da Leica se mistura com a história do engenheiro alemão Oskar Barnark (1879 – 1936), funcionário da fábrica de óptica Leitz Wetzlar. Barnark era apaixonado por fotografia, mas ...

A história da Leica se mistura com a história do engenheiro alemão Oskar Barnark (1879 – 1936), funcionário da fábrica de óptica Leitz Wetzlar. Barnark era apaixonado por fotografia, mas tinha a saúde muito frágil que o impedia de fotografar com as câmeras grandes e pesadas da época.
Apesar de ter a saúde comprometida, Barnark não se privava de fazer longas caminhadas na paisagem dos Alpes para documentar e fotografar o ambiente, já que queria se aventurar na área de fotografia e cinema. No entanto, para isso, lá em 1911, ele precisava, além de carregar câmeras e filmadoras pesadas, levar consigo chapas de vidros e tripés da época.
Foi em 1912, ao sentir que não poderia continuar por muito tempo com aquele peso nas costas, que ele decidiu romper as barreiras que o impediam de ser o que queria e começou a fazer um projeto de uma câmera compacta. Com alguns equipamentos e filmes usados na fábrica onde trabalhava, o primeiro protótipo do que viria a ser uma das câmeras mais desejadas foi criado: o Ur-Leica, a primeira câmera portátil a história. O nome: uma mistura de sílabas de “Leitz Camera”.
Esse protótipo nada mais era do que uma caixa de metal e uma lente semelhante às que eram usadas em microscópios no início do século XX. A velocidade do obturador era única (de 1/40 s) e o mecanismo dessa caixa possibilitava o uso de filmes de 24 x 36 mm, que era duas vezes maior que os utilizados pelas câmeras comuns da época. Segundo o criador dessa câmera portátil, o tamanho maior ia permitir ampliações de fotos sem perder a qualidade dos detalhes.

Produção em série

A I Guerra Mundial começou em seguida e o projeto ficou estacionado. Isso porque mal sabia Barnark o que tinha em mãos. Quando a rotina e a situação da Europa ficaram mais tranquilas, o engenheiro retomou o projeto em 1920.
A retomada aconteceu quando Barnark fotografou uma enchente na cidade de Wetzlar utilizando o protótipo da Leica. No entanto, ele percebeu que alguns ajustes tinham de ser feitos, como procurar um desenho de lente que fosse mais compatível com o tamanho da película da Ur-Leica. Só assim as imagens poderiam ser ampliadas em até dez vezes sem perder praticamente nada de detalhes.
Quatro anos depois o dono da fábrica onde Barnark trabalhava, Ernst Leitz II, tomou conhecimento do novo equipamento do funcionário e aprovou a fabricação em série da Leica 0. Apenas 30 câmeras foram produzidas, itens raríssimos.
O sucesso foi certo e a Leica I foi produzida em 500 unidades.
Um ano depois, para ser conhecida como a primeira câmera compacta vendida e lançada oficialmente, a Leitz Wetzlar produziu mil unidades para uma feira de artigos fotográficos na Alemanha. Em 1930 já era possível a troca das lentes da Leica.

Leica I

Foi para a produção da Leica I que Barnark encontrou a lente que precisava, uma invenção de outro engenheiro da Leitz, o Max Berek. Essa lente tinha a distância focal de 50 mm e abertura f/3.5.
A Leica I foi a primeira câmera de 33 mm portátil no mercado, com o lançamento comercial em 1924.
A primeira lente intercambiável da Leica I foi feita em 1930, com a base em uma rosca de 39 mm de diâmetro. Assim, além da lente original de 50 mm, estavam disponíveis no mercado para a Leica I a grande angular de 35 mm e uma teleobjetiva de 135 mm. Essas opções, aliadas ao equipamento leve e portátil fizeram sucesso principalmente no mundo do fotojornalismo.
Apenas dois anos depois, em 1932, a estimativa da fábrica da Leica era de que 90 mil câmeras já estavam em uso em toda a Europa.

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Leica II

Ainda em 1932 a Leica lançou o modelo II da câmera. Essa versão era equipada com um mecanismo de telemetro acoplado à uma lente de focalização. O visor da Leica II era separado e mostrava uma imagem reduzida da imagem a ser fotografada, além do medidor de distância, que dava uma panorama de como seria capturada a imagem pelo fotógrafo.

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Fama…

Foi inevitável que grandes fotojornalistas aderissem ao uso da Leica pela qualidade das imagens e por ser leve e pequena, o que facilitava o trabalho do profissional que precisava estar sempre na rua.
Alguns nomes notórios que usavam a Leica fielmente são o francês Henri Cartier-Bresson, o húngaro Robert Capa e o polonês David Seymour.
A Leica também foi parar nas mãos de fotojornalistas brasileiros como Evandro Teixeira. Teixeira fotografou Copa do Mundo, Ditadura Militar, Passeata dos Cem Mil no Rio de Janeiro, a morte do poeta Pablo Neruda, entre tantos outros acontecimentos, com a sua Leica compacta.

… e sucesso

O engenheiro Oskar Barnark, responsável por esse marco na história dos equipamentos fotográficos, morreu em 1936, felizmente a tempo de ver a sua criação usada pelos melhores profissionais de fotografia e consagrada no mundo das imagens.
Um dos modelos da Leica de mais sucesso em toda a história, no entanto, foi a Leica M, que Barnark não conheceu porque foi lançada em 1954. Em menor de uma década depois, em 1961, a Leica já tinha vendido um total de um milhão de câmeras fotográficas no mundo inteiro.

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Em 1968, a fábrica Leitz Wetzlar, responsável pela produção da câmera, mudou o nome para Leica. Nessa altura, esse nome já tinha força e havia conquistado o mundo. A fábrica mudou também a localidade, da cidade alemã de Wetzlar para Solms.
Com o sucesso consolidado há mais de 20 décadas, a divisão de produção de câmeras da fábrica foi separada da empresa, se tornando uma companhia de capital aberto.


Mariana Paschoal

Jornalista formada pela Universidade Estadual de Londrina, tem experiências em diversas áreas da comunicação, como radiojornalismo, webjornalismo, assessoria de imprensa e fotojornalismo.


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