Determinadas situações podem nos desanimar durante o dia ou mesmo durante a semana, seja na nossa profissão ou na nossa vida pessoal. Porém, ao invés de se lamentar e tentar compreender o porquê de ter ocorrido, a fotografia pode acabar sendo um elemento de recuperação da confiança, da vontade de viver e até mesmo a descoberta de um novo talento.
Foi exatamente esse tipo de fenômeno que a canadense Renee Robyn passou em sua vida para que a sua paixão pela fotografia acabasse aflorando dentro de si, mesmo que seja de uma maneira diferente do que pegar uma câmera fotográfica e sair por aí clicando paisagens, retratos e outros tipos de imagens esteticamente atraentes.
Um grave acidente quase tirou a vida da até então modelo enquanto ela praticava uma das atividades que lhe dá mais prazer na vida, que é andar de moto. Porém, nesse fatídico dia, ela acabou caindo da sua motocicleta e, logo na sequência, foi atropelada por um veículo.
Como disse a própria Renee em um vídeo motivacional feito pelo site de armazenamento e venda de fotos SmugMug, após esse acontecimento ela teve que passar cinco dias internada em um hospital e os seis meses seguintes tentando simplesmente reaprender a andar tamanho foram os danos causados pelas lesões.
Entretanto, essa situação foi a porta de abertura para que Renee começasse a seguir um outro rumo em sua vida, vendo na composição de fotos com uma ambientação totalmente única e esteticamente muito bem feitas através de programas de edição sua verdadeira paixão, transformando-a em uma renomada fotógrafa que divulga seu trabalho através de seu website.
Confira a tradução do depoimento de Renee Robyn e, logo abaixo, o vídeo citado:
“Meu trabalho é melhor descrito como o de uma criança que cresceu vendo o mundo dos video-games e novelas de fantasia. O que realmente me motivou a ser uma fotógrafa em tempo real foi um acidente de motocicleta. Eu caí da minha moto e, depois de atingir o chão, fui atropelada por um carro. Eu passei cinco dias no hospital e os seis meses seguintes tendo que voltar a aprender a andar novamente. Eu poderia ter deixado aquele acidente me destruir, mas você não pode fazer isso porque a vida não para quando você para.
A fotografia é algo que eu poderia fazer o tempo todo e é a coisa que não me faria sentir dor. Por isso eu faço várias composições quando eu não podia ir a lugar algum. Eu tenho que trazer esse mundo para mim.
Compôr uma foto é como tirar múltiplas fotos em diferentes locais e colocar todas elas em uma única peça. Não pode ser muito dinâmico porque é algo muito complexo. Os elementos de cor, textura, plano principal, plano de fundo e os elementos compostos, a expressão… Uma das principais coisas de tirar fotos de plano de fundo é estar realmente no lugar certo momento certo, me trazendo para dentro do processo artístico. É trazer o potencial de ver o que está a frente de você, não vendo o que realmente é mas o que aquilo pode ser.
Eu amo olhar as imagens que eu criei através de fotos tiradas dentro do estúdio. Dentro de um estúdio existe um ambiente mais estéril, porém pode ser muito criativo. Quando eu tiro fotos e trabalho em uma imagem eu me empenho até estar absolutamente perfeito, é quase uma obsessão. Você precisa abrir a sua mente e deixar a imagem falar com você. Desse momento enquanto eu trabalho nas imagens eu vivo nesse mundo e eu posso fazer o que eu quiser, eu sou a mestra do meu novo mundo sentado em frente ao meu computador.
Sentir essa comunicação da pós-produção é a “droga” máxima, é a sensação máxima. A mensagem subliminar das minhas imagens é que elas podem se adaptar a tudo, tentar as mais diversas possibilidades. Eu amo criar imagens, amo a fotografia, ela salvou minha vida de diversas maneiras e acho que a única coisa que eu posso fazer é explorar o mais profundo possível. Sim, eu continuo andando (de moto), eu reconstruí a moto que eu bati.
Quando eu ando nada mais existe, é somente o momento, a próxima curva, o próximo trecho… é muita liberdade e a coisa mais perto que posso chegar de voar é estando na moto. Eu quero viver minha vida em qualquer faceta possível. E eu sei que eu não posso fazer isso vivendo fora desse mundo. Minhas várias identidades de vida se chocando criam memórias absolutamente únicas porque eu não vejo o mundo como ele é no momento mas sim como ele pode ser.”