O poder que a primeira impressão pode ter mediante a nossa maneira de encarar o mundo é simplesmente incalculável. Independente da situação que você está vivendo e da sua intenção no momento de conhecer novas pessoas, a simples expressão que ela está no primeiro momento que você a viu pode modificar ou estabelecer um parâmetro bem diferente da realidade. Evidentemente, no mundo da fotografia isso não poderia ser diferente, já que o retrato é justamente a captura eterna de um momento específico.
Esse conceito em si parece tão óbvio que, muitas vezes, foge da nossa compressão e lá vamos nós sendo levados pela primeira impressão. Mas foi justamente a quebra dessa “tendência” que acabou motivando o fotógrafo Jay Weinstein a criar um projeto que já caminha para o terceiro ano de duração batizado com o nome original “So, I asked then to smile”. Algo que, com a tradução literal, significa “Então, eu pedi que sorrisse.”
Jay estava caminhando com a sua câmera digital pelas ruas de Bikaner, na Índia, procurando como sempre costumou fazer modelos para suas fotografias e, quando acabou se interessando por uma pessoa em especial, se sentiu desencorajada pela expressão fechada do modelo “escolhido” em meio a multidão. Porém, enquanto fazia fotos de outras pessoas ao redor, aquele que o “desencorajou” pela expressão inicialmente disse: “Tire uma foto minha também”.
Ao sorrir para a foto, Jay percebeu uma expressão totalmente diferente da anterior e se sentiu justamente tentado a conseguir captar esse tipo de transição de sensações em outros indianos. Nascia assim o projeto que, hoje, está ampliado também para outras regiões do planeta como Austrália e Nepal.
A descrição do fotógrafo responsável pelo trabalho que não inclui qualquer tipo de manipulação de luzes ou efeitos altamente trabalhados de lentes é bem objetiva quando expressa no portal oficial do projeto o grande objetivo dessa empreitada artística:
“O que é um sorriso senão a movimentação de alguns músculos faciais empurrando os lábios para cima? Esse simples ato, mesmo que forçado, transforma a face inteira e muda a forma que uma pessoa é vista. É universal, ultrapassando religião, etnia, classe, gênero e língua. O projeto “Então, eu pedi que sorrisse” foi concebido para documentar essa transformação claramente, sem nenhuma pretensão.”
Jay inclusive incentiva os próprios admiradores dessa iniciativa a eles mesmos fazerem as chamadas selfies para que, analisando seus próprios rostos, possam perceber essa diferença na transmissão de energia e impressões que causam a inclusão ou exclusão do sorriso em uma imagem.