A arte da fotografia, quando a serviço também de técnicas que não se limitam ao puro exercício do retrato, podem trazer resultados extremamente surpreendentes e altamente artísticos usando somente sua câmera. Como, por exemplo, conseguiu exercer de maneira bastante livre e abstrata o artista plástico, cineasta, fotógrafo e músico Marcelo de Souza.
O maranhense natural de São Luis (MA) demonstra com total propriedade e nenhum senso de limitação a itens tradicionais da arte da fotografia um nível de abstracionismo o qual torna as imagens vívidas, porém sem qualquer semelhança com um ser vivo comum. Sempre carregadas de uma obscuridade intencional e característica das técnicas de cinema, outra das paixões de Marcelo conhecida desde sua infância.
Não a toa o tom obscuro motivou o multiprofissional a dar como nome o resultado de seus cliques carregados na lente abstrata de Obscure Paint ou, em tradução literal, Pintura Obscura.
Além da questão do abstrato ser praticamente traduzido nas fotos onde a iluminação é elemento quase que nulo, focando-se apenas em feições carregadas de cores distintas, está também na intenção do produtor da série em expressar uma “união de elementos sinestésicos”, de acordo com as palavras do próprio Marcelo captados pelo portal FHOX.
Elementos sinestésicos nada mais são do que um grupo de sensações onde uma está diretamente ligada a outra. Ou seja, quando uma sensação é sentida ou traduzida, de alguma forma ela apresenta conexão com outra que pode ser equivalente ou mesmo oposta.