Aprenda com essas palavras de Hitchcock: seu público não é obrigado a assistir o seu filme! Portanto, antes de finalizar seu script, sua lista de takes, ou edição, faça tudo o que puder para tornar mais fácil para eles continuarem assistindo.
É comum que os novatos sejam pegos em metáforas, psicologia de personagem e simbolismo – aquelas coisas que os professores de português do ensino médio tanto falam. Sim, complexidade intelectual contribui para uma boa história – e boa arte. Mas, essas coisas não manterão seus telespectadores envolvidos. Cineastas nunca devem deixar a complacência intelectual ficar no caminho do bom carisma. Alfred Hitchcock em seu melhor é o equilíbrio perfeito entre os dois.
Com Hitchcock, seu principal objetivo era fazer as coisas tão fácil quanto possível para o público entender. Ele remove toda imprecisão. Dessa forma, ele poderia fazer o suspense ainda mais forte. Empregar estas táticas em seus filmes é certeza de fazer uma melhor experiência do público.
Hitchcock e suas quatro lições
Presença do Narrador
Algumas piadas só funcionam quando contada por um certo comediante. É tudo sobre a atitude, o tom e a personalidade que a multidão vê antes mesmo da piada começar. O mesmo é verdadeiro para um filme. Hitchcock é especialista em ter essa atitude. Hitchcock faz com que o espectador sinta a atitude do diretor por trás das câmeras. Em seu nível básico, um filme é como um conto de fogueira sendo contada por um narrador hábil. Com a criação de uma presença de narração ao|||||||||||| contar histórias, seu filme poderia evitar ser chato.
Hitchcock fez isso ao elaborar a sua própria marca como diretor – através de suas participações especiais, suas introduções de TV e sua hábil manipulação da imprensa. Ele construiu sua persona tão bem que você não pode deixar de sentir a mão do contador de histórias por trás de cada movimento da câmera de vídeo.
Foco na simplicidade
Não me interpretem mal, eu não estou dizendo que seu filme não pode ter complexidade intelectual, mas o foco da narrativa (as coisas que sua câmera focaliza) deve ser pequeno, trivial e simples. Sua cena pode ser sobre uma épica briga de amantes, mas eles devem estar lutando sobre as chaves do carro, ou o controle remoto da TV. Amarrar sua história épica com objetos triviais permite que a câmera faça o trabalho dramático, e torna a história mais divertida de acompanhar.
Hitchcock gostava de se concentrar simplesmente nos olhos, mãos e pés. O olhar em alguma coisa, os pés mostram confiança em um ambiente (ou falta dela), as mãos agarram um objeto importante. Esta simplicidade visual torna muito mais fácil para o público de seguir a lógica do personagem.
Fluxo de consciência
Há muitas maneiras de entrar em uma mente personagens, mas um que é frequentemente esquecido são uma narração de fluxo de consciência. Hitchcock gosta de deixar o público ouvir os pensamentos do herói em um voice-over em tempo real durante a ação da cena.
Espaço dramático
A tendência hoje é o enquadramento fragmentado, e edição rápida. Enquanto isso pode aumentar a tensão se usado inteligentemente, é uma forma preguiçosa de tensão sinteticamente imponente sobre uma cena que não está lá, e ela pode fatigar seu público, se usado em demasia. Estrategicamente misture alguns takes de longa distância. Hitchcock usa takes de longa distância para poder agarrar a tensão já inerente à cena e permitir que o seu espaço se torne um dispositivo de tensão.
Espaço dramático permite que duas forças opostas possam interagir dentro de um único quadro (muitas vezes em primeiro plano contra plano de fundo). Qualquer filme de suspense, drama, ou até mesmo uma comédia, podem usar essas técnicas de Hitchcock para atrair seu público para a história mais rápido e prender sua atenção por mais tempo. Aproveite essas lições de Hitchcock e cative sua audiência.