Melhor ainda do que ter o privilégio de ter conseguido alcançar um patamar onde se vive apenas da arte da fotografia, por exemplo, é saber que outras pessoas percebem o quanto você se dedicou e realizou nessa área. Situação que certamente deve ser corriqueira para um dos nomes mais consagrados e bem-sucedidos quando falamos em fotógrafos brasileiros do nível de Sebastião Salgado.
Tendo como demonstração mais clara e evidente desse reconhecimento, Salgado foi, no último mês de dezembro, indicado para fazer parte de uma importante instituição que exalta primordialmente aqueles que tem grande representatividade na arte em si em oito categorias diferentes: A Academia Francesa de Belas-Artes.
Para se ter uma ideia do tamanho que tem o feito obtido por Sebastião Salgado, dentre os atuais 59 integrantes com o direito de se intitularem como membros dessa linhagem exclusiva, apenas quatro desses membros empunham suas câmeras retratando as situações mais surpreendentes, inóspitas, chocantes, apaixonantes etc. Nesse sentido, a indicação ganha tom de ainda maior importância já que, entre os franceses Yann Arthus-Bertrand (responsável pelo discurso de boas vindas de Salgado) e Jean Gaumy além do marroquino Bruno Barbey, ele se torna o único fotógrafo sul-americano da Academia Francesa de Belas Artes.
Enquanto ouvia o discurso de Bertrand, Salgado não conseguiu conter a emoção do momento, principalmente quando foram citados nas palavras do fotógrafo francês figuras tão próximas de sua família e também próximas ao seu “resgate” como profissional e como pessoa: Os filhos, Juliano e Rodrigo, além da esposa Lélia.
Depois de estrutura boa parte de sua carreira e conseguir inclusive a primeira parte de seu imenso reconhecimento nas fotografias de grandes guerras, Sebastião Salgado ficou declaradamente traumatizado com tamanha carga de tristeza. Nesse sentido, coube a sua esposa conseguir “reconduzi-lo” a um caminho onde a paixão pelo jogo de luzes, lentes e imagens voltasse a tona. Algo que o tempo demonstrou que foi possível por parte de Salgado sem perder em absolutamente nada a sua sensibilidade e maestria.
As origens dessa instituição que tem agora o profissional brasileiro em suas fileiras de honra teve início das atividades ainda no Século XVII, sendo uma das mais tradicionais na área em todo o mundo. Como se isso por si só já não bastasse, ela ainda conta com a chancela do Institut de France.