Você acha que trabalhar com fotografia é tranquilo, fácil? Se for o caso, não deve conhecer o trabalho do icônico fotógrafo húngaro, nascido em Budapeste, de nome Robert Capa. Nascido como Endre Ernő Friedmann, Capa tornou-se um dos fotógrafos de guerra mais conhecidos e respeitados, pois cobriu inúmeros conflitos armados durante a primeira metade do século passado.
Guerra Civil Espanhola, Guerra da Indochina, Segunda Guerra Mundial, guerras do mundo árabe… Podemos dizer que, dificilmente, algo passou despercebido pelo olhar e pelas lentes de Robert Capa. Figura essa que ficou conhecida não apenas com a câmera na mão como também por seu interesse em politica, cultura e estudos marxistas.
Capa iniciou sua carreira como fotógrafo profissional no final de 1931. Há registros que, na época, ele fez fotos do revolucionário e intelectual russo Leon Trótski durante um congresso em Copenhague, na Dinamarca. Morador de Berlim, na Alemanha, Capa deixou a cidade quando começou a difusão maciça do nazismo. Ali, se mudou para Viena (Áustria) e, posteriormente, Paris, na França.

Transformação e arte em meio à dor
Nesse período, o jovem de ascendência judaica se transforma de Endre Ernő Friedmann para Robert Capa. Personalidade essa que surgiu graças a ele e sua namorada, a também fotógrafa e jornalista Gerda Taro, em 1934. Rapidamente, ele tornou-se notório ao cobrir um de seus primeiros conflitos: a Guerra Civil Espanhola. Nesse evento, infelizmente, sua esposa morreu atropelada por um tanque de guerra.
Em meio à dor, Capa tira sua foto mais famosa intitulada “Morte de um Miliciano” ou “O Soldado Caído”. Esse movimento, aliás, já o transformou em um dos mais importantes fotógrafos da Europa do século XX. Tal fotografia, com data de 5 de setembro de 1936, saiu na revista americana Time e exibe um soldado atingido por uma rajada de metralhadora.

No ano de 1938, Robert Capa vai à China para fotografar o conflito sino-japonês, retornando à Espanha, em 1940, logo que a França é dominada pelos nazistas. Porém, muda-se para os Estados Unidos, logo na sequência onde começa a trabalhar para a famosa revista americana Life.
Inovação e fim trágico
Em junho de 1944, participa no desembarque da Normandia, o Dia D. Depois da guerra, com David Seymour, Henri Cartier-Bresson e George Rodger, funda a inovadora Agência Magnum. Nessa agência em forma de cooperativa, os fotógrafos associados que decidiam os rumos e as orientações dos trabalhos a serem realizados. Não por acaso, a partir dessa experiência, diversas agências em todo o mundo surgiram nos mesmos moldes.
Capa morreu na Guerra da Indochina, em 25 de maio de 1954, ao pisar em uma mina terrestre. Seu corpo foi encontrado em meio aos escombros onde um detalhe que chamou muito atenção: a câmera permanecia entre suas mãos.

Dono de uma das frases mais famosas do mundo da fotografia (“Se suas fotos não estão boas o suficiente, você não está perto o suficiente”) Robert Capa utilizava uma Leica 35mm, uma Contax IIa e uma Nikon S. Desse modo, as câmeras com lentes de curto alcance necessitavam de uma aproximação no momento fotografado.
O legado de Capa é imensurável para a história da fotografia mundial e repercute até os dias de hoje, influenciando o trabalho de fotógrafos das mais variadas linhas de atuação. Em resumo, um precursor da fotografia de guerra que morreu fazendo o que mais amava: fotografar.