Vocação. Palavra derivada do latim vocare que significa “chamar”. Porém, com siginificado mais popular como sendo uma habilidade que leva o indivíduo a exercer determinada profissão. E essa palavra, por sinal, James Nachtwey conhece bem. Nascido em Syracuse, Estados Unidos, em 1948, é um dos maiores fotógrafos da atualidade. Inegavelmente, um fotógrafo por vocação.
James foi criado em Massachussets, onde teve acesso a uma educação de qualidade, formando-se em História da Arte e Ciências Políticas. Áreas, aliás, que serviriam como importante referência para o futuro como fotógrafo de conflitos.
Autodidata
Ele começou a trabalhar ainda bem jovem nos navios da Marinha Mercante americana, local que proporcionou a oportunidade em começar a fotografar. Aprendeu a capturar fotos sozinho enquanto desempenhava a função de estagiário de edição, e posteriormente, dirigindo caminhões.
Suas fotografias, nitidamente por vocação, são sinônimos da desigualdade, da pobreza extrema, dos conflitos étnicos e políticos do mundo moderno. Foi durante a Guerra do Vietnã que James Nachtwey teve certeza da importância de seu ofício.
Ao longo de quase cinco décadas de trabalho, ele começou a carreira como fotógrafo freelance para revistas americanas. Sua primeira grande cobertura internacional foi nos movimentos civis na Irlanda do Norte, em 1981. Foi nessa ocasião que passou a se especializar fotografando conflitos e situações precárias.

O olhar da realidade
Dono de uma fotografia documental marcante, Nachtwey é considerado como um dos mais corajosos fotógrafos de nosso tempo. De personalidade tímida, transforma suas lentes em uma poderosa arma de mudança social, já que ele acredita que a fotografia ajuda a denunciar o que é errado, o que não está certo ou o que é injusto.
Muitos profissionais de seu gabarito o comparam a ninguém menos que Robert Capa, o maior nome da fotografia de guerra no mundo. Comparação sensata, já que James Nachtwey cobriu os maiores massacres e conflitos sociais das últimas décadas: documentou os conflitos étnicos e a pobreza extrema na África; os inúmeros conflitos no Oriente Médio e no Leste Europeu; a desigualdade na América Latina.


Apesar do profissionalismo e reconhecimento mundial, o fotógrafo já revelou em algumas entrevistas a preocupação com o futuro da fotografia de conflitos. Para ele, está cada vez mais difícil conseguir fazer com que as pessoas se interessem por esse tipo de fotografia. Em sua análise, a sociedade está obcecada pelas fotos de celebridades e moda.
Fotógrafo da Times desde a década de oitenta, James Nachtwey continua ativo. Já recebeu os maiores prêmios e condecorações por seu trabalho na fotografia. Certamente um exemplo de profissional que ama o que faz, apegado nos valores humanitários e causas sociais. Sorte a nossa de podermos apreciar seu trabalho.