Apesar da fotografia ser um aspecto amplamente globalizado, com o alcance mundial e a facilidade com que se tem para tirar uma boa foto mesmo sem usar uma câmera profissional de alta precisão nos seus requisitos, chega a ser difícil imaginar que, nos bancos de imagens existentes, existe uma lacuna em relação a fotos de pessoas negras.
Esse tipo de situação já foi relatado como um problema, inclusive, por pessoas que trabalham na área da fotografia a tal ponto que uma agência de fotos americana decidiu não apenas reclamar, mas agir.
Para ser mais preciso, a SHADE, empresa radicada no famoso bairro nova-iorquino do Brooklyn, entendeu que seria importante formular um banco de imagens gratuito voltado principalmente a encontrar fotografias de pessoas negras em diversas situações, o Nappy.
O formato não tem muitas diferenças no que se refere a proposta de layout, mecanismos de pesquisa, uso de iluminação especial nas fotos ou qualquer outra coisa do tipo. A proposta é exatamente fazer o preenchimento de uma lacuna onde é mais difícil conseguir encontrar imagens de caráter ilustrativos contendo pessoas negras ou modelos negros.
A própria descrição do site em si já tenta conscientizar de que a criação do Nappy tem justamente como função essencial colocar em pauta a possibilidade de mais ilustrações de situações cotidianas possam ter como modelo as pessoas negras. Algo que, nos bancos de imagens gratuitos ou não mais eficientes, é uma tarefa mais complicada:
“Se você digitar a palavra “café” no Unsplash (outro site de imagens grátis), raramente verá uma xícara de café sendo segurada por mãos negras. É o mesmo resultado se você digitar termos como “computador” ou “viajar”. Você pode encontrar uma ou duas imagens, mas elas são muito raras. Mas os negros também bebem café, usamos computadores e certamente amamos viajar.”