A premiada fotógrafa Claudia Ruiz inova através do projeto Quarantine Grains alcançando com o seu trabalho famílias em isolamento social e registrando imagens de momentos únicos e especiais usando a tecnologia e a internet.
O isolamento social consequente da quarentena decretada pela maioria dos países à pandemia do novo coronavírus, impediu milhões de pessoas em todo o mundo de receber visitas e celebrar o feriado da Páscoa com o tradicional convívio entre parentes e amigos.
A quarentena resignou famílias ao isolamento e fez com que profissionais precisassem se reinventar para acompanhar esta tendência. A premiada Fotógrafa Claudia Ruiz é uma das que transformaram um momento de crise em uma oportunidade de se aproximar de seus clientes e registrar lembranças e momentos únicos das famílias: “é em momentos como estes, de dificuldade e crise, onde todos tememos e zelamos pelo bem estar da nossa família, que laços se fortalecem ainda mais e partilhamos momentos únicos, e Vídeo Chamada acaba sendo uma boa solução para o mesmo. Embora eu não possa estar presencialmente com meus clientes devido às medidas de segurança, a tecnologia me permite registrar e dividir com eles momentos especiais durante o confinamento.”
Fotografia por Vídeo Chamada
Claudia Ruiz idealizou o Projeto Quarantine Grains (@quarantinegrains), que conta com a tecnologia para possibilitar o que antes seria impensável, que é fazer fotos à distância, desta forma cumprindo o isolamento profilático. Para a fotógrafa, neste momento o valor emocional está acima dos parâmetros técnicos no que diz respeito à fotografia: “Tenho feito ensaios fotográficos usando esta tecnologia e a experiência tem sido muito boa. Uma cliente que queria fazer as primeiras fotos do seu bebê recém nascido e outro com uma família. Estamos vivendo um momento único, de transformações, e sinto que o registro do momento e daquilo que foi experienciado nesta quarentena será o mais importante. Nesse momento devemos esquecer aquele conceito de fotografia ‘perfeita’, o que esse trabalho mostra são imagens marcantes na vida das pessoas e uma nova linguagem visual.”
Apesar da inovação tirando proveito da tecnologia telepresencial, a fotógrafa revela que em essência o seu trabalho e o seu método profissional seguem iguais: “É como se fosse um ensaio presencial. Há total interação com o cliente do outro lado e procuro captar a essência de cada um, refletir na imagem quem a pessoa realmente é e o que está vivendo. Continuo seguindo meu estilo e minha filosofia de não produzir fotos posadas e sim e momentos espontâneos, fotos que irão contar uma história real e com laços emocionais verdadeiros por toda a eternidade.”
Método Colaborativo
Segundo a fotógrafa, o que torna esta forma de trabalho ainda mais especial é que se trata de uma fotografia colaborativa, onde a interação entre fotógrafo e cliente se torna o fator chave para o ensaio: “Tudo que eu preciso é de uma Vídeo Chamada e disposição do cliente para ser fotografado. É uma fotografia colaborativa, em que preciso que a pessoa do outro lado posicione o celular (ou laptop) nas melhores posições que preciso para fotografar. É um ensaio diferente nesse aspecto mas a parte da pós produção continua a mesma. Continuo fotografando com minha câmera profissional e realizando todas as etapas de um ensaio presencial.”
Para Cláudia, este modo de trabalho pode ser uma tendência em um mundo que precisará reaprender a trabalhar e conviver em um contexto de maior isolamento social como medida de prevenção a epidemias:“Já existem até haters pra esse tipo de fotografia colaborativa, que são aquelas pessoas que criticam a tudo e a todos na internet. As críticas destes haters existem justamente porque o método não prioriza a altíssima resolução de imagem. No entanto, através de uma fotografia desse tipo representam com fidelidade o que todos estamos vivendo, presos em casa e reféns de uma nova rotina de higiene e cuidados. O ruído na imagem representa o incômodo que essa situação toda causa nas pessoas. Se a fotografia fosse perfeita não seria tão representativa e seria imprecisa em registrar este momento ímpar que vivemos”, finaliza a fotografa.