Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher (08 de março), este mês estamos apresentando uma série especial sobre as mulheres que marcaram a história da fotografia. Das grandes fotógrafas às mulheres mais clicadas nas últimas décadas, contaremos um pouco da vida daquelas que contribuíram para nossa cultura visual. Em nosso último artigo da série, a escolhida é Catherine Leroy, fotógrafa pouco conhecida no Brasil, uma grande profissional que cobriu as Guerras do Vietnã e do Líbano.
Catherine Leroy nasceu em 1945 na França, sendo educada em um Convento na capital francesa, Paris. Estudou música e pensou que poderia se tornar uma pianista clássica. Como também, desde muito jovem já demostrava interesse pela fotografia. Aos 21 anos, em 1966, inconformada com a cobertura jornalística pouco humanística da Guerra do Vietnã, comprou uma passagem só de ida para Laos. Na bolsa, levava seu único equipamento fotográfico na época, uma Leica.
A fotógrafa francesa foi uma das pouquíssimas mulheres cobrindo os momentos mais tensos da Guerra do Vietnã. Sua carreira começou vendendo suas fotos para agências como AP (Associated Press). Em 1967, chegou a ser ferida durante uma cobertura. No ano seguinte, em 1968, Catherine Leroy foi capturada e mantida como prisioneira do exército vietnamita.
Meses depois, foi uma das primeiras libertadas e escreveu uma reportagem sobre o confinamento, sendo capa da revista Life. Sua imagem mais famosa é de um jovem soldado da marinha americana no Vietnã em 1967. A mão pressionando o peito de um camarada caído, olhando para cima, esperando algum tipo de ajuda, enquanto percebe que o homem já estava morrendo, sensibiliza. A fotografia é intitulada “Corpsman In Anguish”.
Entretanto, essa não é a foto que realmente revela o estilo e a essência de Catherine Leroy. Mesmo em conflitos, ela tentava capturar o cotidiano, não apenas corpos ensanguentados ou soldados em ação. Após o período no Vietnã, ela cobriu conflitos em vários países, como Irlanda do Norte, Somália, Afeganistão, Iraque, Irã e Líbia. Sua última cobertura de guerra foi no Líbano, onde foi sequestrada. O episódio a marcou para o resto de sua vida.
Depois da experiência de tanto tempo cobrindo conflitos, Leroy passou a se dedicar ao jornalismo e à fotografia de moda. Figura lendária entre os profissionais da guerra, Catherine Leroy, assim como as fotógrafas que a antecederam, abriu portas para as posteriores.
Ela provou que toda mulher é capaz de realizar qualquer tipo de trabalho, até mesmo cobrir os principais conflitos armados do século passado: na época, ambientes predominantemente masculinos e machistas. Catherine faleceu em 2006 na cidade de Los Angeles, onde havia se estabelecido depois de seu período pós-guerra.