Com a popularização e capacidade quase que incalculável da internet, muitos fotógrafos talentosos possuem condições de mostrar seu trabalho não somente em grandes e renomadas exposições, mas também através da maior rede social de compartilhamento essencialmente de fotos e pequenos vídeos do planeta: O Instagram.
E, através de uma área ampla de captação de material, o site norte-americano WPO (World Photography Organisation) vem fazendo uma série de reportagens onde grandes nomes da fotografia podem ser encontrados simplesmente navegando pela rede social que, atualmente, conta com cerca de 300 milhões de usuários em todo o planeta.
Na última semana, o entrevistado foi o fotógrafo da vida selvagem Will Burrard-Lucas que, além de trabalhar exclusivamente com imagens feitas em savanas e florestas das mais variadas partes do planeta, tem na sua bagagem também o título de criador da BeetleCam (câmera fotográfica embutida em uma espécie de carrinho de controle remoto camuflado) e fundador da Camtraptions, companhia especializada em equipamentos de suporte e movidos por controle remoto.
As criações foram, inclusive, um dos temas abordados na entrevista, sendo Will questionado de onde surgiram as ideias para ambas as criações:
“Eu criei a BeetleCam em 2009, um buggy com câmera por controle remoto, para chegar ao nível mais primário da vida selvagem africana. Os resultados das imagens foram muito populares, algo que me fez perseverar no projeto. Ao longo dos anos, eu fiz melhorias no design e fotografei uma grande variedade de espécies com ela como leões, leopardos, cães selvagens, elefantes e búfalos. Logo na sequência, fotógrafos começaram a pedir para que eu montasse dispositivos similares para eles e foi de onde surgiu a ideia de criar a Camtraptions, que é onde eu vendo meus produtos por controle remoto e suporte fotográfico. Minhas últimas criações foram dispositivos que permitem aos fotógrafos captarem a discreta vida selvagem noturna.”
Burrard-Lucas disse também que as influências da vida selvagem vieram muito cedo em sua vida, sendo o interesse por esse tipo de fotografia algo quase que inevitável:
“Quando garoto, minha família viveu por três anos e meio na Tanzânia. Algumas das minhas memórias mais antigas são de estar em um safari. Ai foi quando eu comecei a desenvolver minha paixão pela África e por lugares selvagens. Quando cresci, os documentários do David Attenborough também tiveram influência para que eu nutrisse essa fascinação pela natureza.
O britânico que praticamente vive nas selvas com sua câmera de lentes especiais e camufladas disse que sua filosofia de fotografar recai principalmente para a conscientização das pessoas:
“Eu sou apaixonado pela natureza e meu objetivo é transmitir isso para as pessoas com minhas imagens. Minha esperança é que essas fotos possam inspirar as pessoas a cuidarem melhor da natureza e quererem conservá-la.”