Bob Wolfenson, o nome é de gringo, mas ele é brasileiríssimo. Nascido Roberto numa São Paulo de 1954, cresceu na comunidade judaica. Virou Bob no final dos anos de 1970, assumiu o apelido – dado por uma amiga professora de inglês – na década seguinte.
A fotografia apareceu na sua vida quando era ainda muito jovem, aos 16 anos. Começou de baixo, como office boy e assistente de Chico Albuquerque, um dos pioneiros da fotografia publicitária no Brasil, na Editora Abril. Foi com quem começou a aprender o “ABC” da profissão que o tornaria célebre anos mais tarde, fotografando personalidades e famosos.
Estudante de Ciências Sociais da Universidade de São Paulo (USP), em 1978, montou o seu primeiro estúdio fotográfico. Quatro anos se passaram e Bob Wolfenson dominava a arte fotográfica, já havia trabalhado com gente de Elis Regina a Rita Lee. Em 1982 decidiu mudar-se para Nova York, onde se tornou assistente do fotógrafo americano Bill King.
Mas nem tudo foi perfeito com o novo chefe. Bill King era dono de um temperamento sarcástico e estimulava muito a competição (até demais) entre os seus assistentes. Em um desentendimento com um dos colegas que também auxiliava King, Bob abandonou o emprego.
Depois de um ano e meio nos Estados Unidos, Wolfenson voltou ao Brasil. Com certa fama por ter trabalhado com Bill King, conseguiu espaço na fotografia de moda brasileira com trabalhos para Riachuelo e C&A, marcas que até então eram fotografadas por outro ícone da fotografia, o fotógrafo J.R. Duran, o qual travaria uma disputa cordial na Revista Playboy anos depois.
Antes mesmo de ter ido a Nova York, ele já tinha feito alguns trabalhos para a revista. Wolfenson e Duran rapidamente alçaram o status de estrela e passaram a ser mega disputados, recebendo altos cachês para fotografar. Nessa época, Bob também foi o autor de séries fotográficas e exposições que lhe renderam inúmeros prêmios.
Consagrado como um dos grandes nomes da fotografia no Brasil, e embora tenha se tornado famoso por fotografar nu, Bob transita por diversas esferas da fotografia, como retrato, moda e fotografia de rua. Em 2003 ele deixou de colaborar com a Playboy. Com a revista sob nova direção, Bob preferiu seguir seu caminho, já que queria autonomia para realizar o seu trabalho.
Casado e pai de três filhas, Bob Wolfenson , hoje aos 63 anos, conseguiu passar por diferentes áreas da fotografia sem perder a sua essência: a de um olhar cirúrgico para a cena fotografada. Reconhecido no Brasil e no exterior, representa o melhor da fotografia latino-americana.