Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher (08 de março), este mês apresentaremos uma série especial sobre as mulheres que marcaram a história da fotografia. Das grandes fotógrafas às mulheres mais clicadas nas últimas décadas, contaremos um pouco da vida daquelas que contribuíram para nossa cultura visual. Em nossa estreia, a escolhida é Gerda Taro, fotojornalista que registrou a Guerra Civil Espanhola.
Nascida no dia primeiro de agosto de 1910, em Stuttgart (Alemanha), em uma família rica de judeus, Gerda Taro desde cedo começou a apresentar interesse por política e movimentos sociais. Com a disseminação do nazismo, deixa o país de origem e foge para a França.
Na capital francesa, Paris, ela encontra um jovem húngaro também judeu chamado Andre Friedman, que ganhava a vida como fotógrafo, e que mais tarde tornar-se-ia o icônico fotojornalista, Robert Capa. Em 1936, já noivos, Taro e Capa mudam-se para Espanha, com o intuito de cobrirem a Guerra Civil.
A fotógrafa presenciou diferentes episódios da guerra, conviveu com anarquistas nas frentes de batalha e realizou inúmeras reportagens que eram publicadas em revistas como a “Regards” e “Vu”. Todas as experiências vivenciadas durante o conflito marcaram não só Taro como Capa também: ele assumiu uma posição política marxista ela passou a se considerar abertamente anarquista.
Gerda Taro foi uma pioneira na fotografia de guerra. Ela modernizou esse tipo de fotografia, como a conhecemos hoje, junto com seu parceiro Robert Capa e também com David Seymour. Os três procuravam sempre estar perto da ação e munidos com câmeras de 35mm (de fácil transporte). Outro diferencial é que tomaram posições políticas que reverberaram em seus trabalhos: se reconheceram na condição de emigrantes judeus contra o ditador espanhol Francisco Franco e seu aliado Adolf Hitler.
Essa proximidade, o risco e o engajamento político e social, permitiram a imprensa ilustrada participar da guerra e da revolução. Do ponto de vista midiático e armamentista, a Guerra Civil Espanhola foi um teste prático para a Segunda Guerra Mundial. E Taro, com certeza, foi um marco na cobertura do conflito, só tendo o seu reconhecimento décadas após a sua morte prematura.
Gerda Taro morreu as 26 anos, em 26 de julho de 1937 de forma trágica: enquanto voltava do fronte de batalha, onde havia capturado algumas imagens, foi atropelada por um tanque de guerra. Sua morte gerou uma enorme comoção entre aqueles que lutavam contra o ditador Franco. Apesar de ter ido embora deste mundo muito cedo, ela deixou um importante legado: o pioneirismo e a excelência na fotografia de guerra e na produção de reportagens especiais.