A latente desigualdade social no Brasil se nota, facilmente, no contraste entre os diferentes bairros de uma cidade. Um dos locais que contextualiza esse aspecto, aliás, é a favela da Rocinha, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro. Isso porque ela está ao lado de regiões com alto custo de vida como Gávea e São Conrado, por exemplo.
Além da desigualdade, o tema do preconceito também é elemento que alimenta, na maioria das vezes, a uma visão errônea da população sobre esses locais. Desse modo, a primeira e constante impressão é que esses verdadeiros “organismos vivos” são foco exclusivo de atividades criminosas.
Em virtude de tais questões, quatro jovens moradores da Rocinha (Allan Almeida, Diego Cardoso, Erik Dias e Marcos Costa) conseguiram uma rica reunião de imagens feitas com máquinas fotográficas e smartphones. Reunião essa que aborda, com olhar fotográfico, o cotidiano e as particularidades da maior favela do Rio de Janeiro. Tal trabalho ganhou tamanha projeção que se transformou em um livro, o “Rocinha Sob Lentes”.
Fotografia Popular
João Roberto Ripper, fotógrafo popular que tem um texto assinado no livro, além do editor da publicação, Dante Gastaldoni, comentaram sobre a iniciativa que desperta sentimentos como emoção e satisfação.
– O livro pode ser entendido como a mais recente manifestação de um movimento nascido nos anos 2000, que vem sendo chamado de Fotografia Popular. Iniciado com a Escola de Fotógrafos Populares da Maré em 2004, esse processo transforma os moradores dos espaços populares em cronistas de seus próprios territórios – afirmou Dante.
– Já lá se vão 50 anos trabalhando como fotógrafo documentarista e, acreditem, ainda me emociono quando descubro fotógrafos populares documentando suas comunidades com aquele misto de intimidade e afeto que só quem vive ou viveu na localidade possui – pontuou Ripper.
E você, sentiu vontade de produzir algo também no seu bairro? Conhece alguma iniciativa semelhante de olhar fotográfico que vale o destaque? Deixe nos comentários!