No último artigo da série “Os grandes fotógrafos da história”, contaremos a história do responsável por uma das fotos mais icônicas de todos os tempos. A saber, estamos falando do norte-americano Steve McCurry.
Steve McCurry nasceu na Filadélfia (Estados Unidos) em 24 de fevereiro de 1950. Estudou Artes e Arquitetura na Universidade do Estado da Pensilvânia. Logo cedo, começou a trabalhar em um pequeno jornal da região como fotógrafo.
Contudo, dois anos depois de formado, no início dos anos 1970, ele viajou para Índia, onde passou a treinar o seu estilo. Como ponto de destaque, desenvolveu um impressionante olhar ao montar as composições de suas fotos. Principalmente, a capacidade de contextualizar o objeto fotográfico com o ambiente.
Uma marcante mudança
Em 1979, foi para o Afeganistão cobrir o conflito na região. Naquela época, já era um fotógrafo conhecido e habitual colaborador da revista americana National Geographic.
No ano de 1980, alcançou um ponto que seria decisivo em sua carreira: cruzou a fronteira entre Afeganistão e Paquistão, controlada por rebeldes, se vestindo como um nativo. Com isso, passou despercebido e com os rolos das fotos escondidos entre as suas vestimentas.

Ousadia recompensada
O feito, aliás, fez com que ele ganhasse o prêmio “Robert Capa”, como melhor reportagem fotográfica. A saber, essa honra é concedida apenas aos melhores fotógrafos que expõem sua coragem excepcional e dedicação na profissão.
Tal ato fez com que ele pudesse mostrar impactantes imagens de uma zona devastada pela guerra. Desse modo, o mundo foi capaz de dimensionar a realidade cruel do conflito naquela região.

Desde então, Steve McCurry tem feito a cobertura de áreas em conflitos de guerra tanto internacionais como civis. Nesse sentido, se incluem a tensão entre Irã e Iraque, a desintegração da antiga Iugoslávia, além de outros inúmeros conflitos.

A obra prima
Entretanto, foi uma foto específica que virou sua vida do avesso e fez com que ele se tornasse um dos fotojornalistas mais conhecidos no mundo. Era 1984 e McCurry estava fotografando em um campo de refugiados no Paquistão até que uma menina de 12 anos chamou sua atenção. Ela era Shabart Gula, afegã que havia perdido seus pais em um bombardeio soviético no Afeganistão.
A fotografia, batizada de “menina afegã”, apareceu na capa da revista National Geographic, na edição de junho de 1985. A imagem de seu rosto com um tecido enrolando sua cabeça e seus olhos verdes, olhando diretamente para a câmera fotográfica, tornou-se um símbolo do conflito entre afegãos e da situação dos refugiados por todo o mundo. A foto de Gula, que chama atenção pela composição das cores (característica de McCurry) foi nomeada como a fotografia mais reconhecida na história da revista.
Steve McCurry é um dos grandes fotógrafos da história que ainda continua trabalhando. Talvez, o que chame atenção no conjunto de seu trabalho é uma indagação: como retratar com tanta humanidade locais que sofrem conflitos históricos dias após dia? Áreas permeadas justamente pela falta de empatia? A resposta está no olhar de seus fotografados.
Um olhar temoroso, porém, com uma esperança enorme. São pouquíssimos os profissionais da fotografia que sabem retratar um olhar tão bem como ele, com o incrível talento de capturar os sentimentos, a alma.

