Continuando com minha série sobre os princípios da luz na fotografia e no cinema, após o Post LUZ E COR, este post é relacionado com a temperatura da cor.
No século 19 o cientista e físico escocês Sir William Thomson Baron Kelvin (Lord Kelvin) criou uma forma de medir os desvios de proporção na composição da luz branca, ou seja, quando predominava o vermelho, o amarelo, o azul, etc… Por este processo, imaginava-se um hipotético objeto totalmente negro (chamado por ele de ‘corpo negro’ , porque absorveria 100% de qualquer luz que incidisse sobre ele) que, ao ser aquecido, passaria a emitir luz. E, além disso, a luz emitida iria mudando gradualmente de cor. A analogia era feita era com um pedaço de ferro, aquecido cada vez mais: o chamado ‘ferro em brasa’, inicialmente de cor vermelha, passava por várias tonalidades (amarelo, verde, azul) conforme a temperatura subia mais e mais. Lord Kelvin criou então uma escala de temperaturas, à qual deu seu nome e estabeleceu que à temperatura de 1.200 K (graus Kelvin) o corpo negro tornaria-se vermelho. E que quanto mais aquecido, mais sua tonalidade se alterava, correspondendo a temperaturas intermediárias. Assim, a escala Kelvin de temperatura da cor associa cor e temperatura, como indicado no desenho abaixo:
Há aqui uma definição, utilizada tradicionalmente por fotógrafos, que costuma causar confusão à primeira vista: cores consideradas ‘quentes’ são cores avermelhadas e cores consideradas ‘frias’ são cores tendendo para o azul. Esta concepção, como se pode ver pelo desenho acima, é exatamente o inverso do que mostram as indicações de temperatura associadas às cores. Assim, quando se fala em uma tonalidade ‘fria’, deve-se imaginar altas temperaturas na escala acima, e o inverso para tonalidades ‘quentes’ . A tabela a seguir mostra várias fontes de luz e temperaturas associadas:
Tipos de Correções da temperatura da Cor:
- Nos dispositivos eletrônicos (Câmeras, Smartphone, Finalizações (Pós-Produção e Edição de Vídeo)
White Balance (Balanço do Branco)
- Nos refletores de iluminação (Tungstênio / Fluorescente / Led)
Gelatinas de Correção
White Balance:
Os sensores das câmeras registram a luminosidade refletida pelos objetos que estão sendo fotografados ou gravados (filmados). E para capturar as cores dos objetos, as câmeras dependem de ajustes específicos para cada fonte de iluminação, luz natural (daylight) e luz artificial ( Refletores tungstênio, fluorescente, led, etc.) . É esse o papel do White Balance (Balanço do Branco). A nossa visão reconhecem quase que imediatamente o que é branco sob diferentes formas de luminosidade, mas o sensor da câmera digital (CCD/CMOS) tem dificuldades para fazer essa distinção – por isso a necessidade deste ajuste! Não efetuar o ajuste do branco pode causar efeitos indesejados em suas fotos, elas podem ficar com as cores alteradas das cores reais. Nesta série eu vou descrever mais detalhadamente sobre todo o processo do ajuste do branco.
Gelatinas de Correção
Gelatinas de Correção (Color Correction Gel), é uma folha plástica colorida utilizada para alterar a temperatura de determinada fonte de luz. Elas são utilizadas sobre refletores ou sobre janelas e o seu nome derivou-se de um material confeccionado com gelatina animal, e foram utilizadas em teatros nos tempos antigos, quando não havia sido descoberta a matéria prima plástica. As atuais gelatinas, são fabricadas em uma grande variedade de tons e cores, com um material resistente ao calor gerado pelos refletores. São comercializadas sob a forma de folhas individuais ou rolos. Os tipos mais utilizados de gelatinas são CTB, CTO e ND. Os fabricantes líderes no mercado são a “Lee Filter” e a “Rosco” No próximo post eu também vou descrever todas as suas características.
Abraço a todos!!!!
Fernando Rozzo