O QUE É D.I.T. ?

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Olá a todos, eu fiquei um pouco ausente porque eu estava participando e palestrando na “Semana Nacional de Ciências e Tecnologia-2015” realizado pelo Mistério da Ciência, Tecnologia e Inovação e convidado pelo IFMG – Instituto Federal Minas Gerais – Campus Ouro Preto. O tema da semana nacional foi “Luz, Ciência e Vida”, e a minha palestra foi baseada na série  “Os Princípios da Luz na Fotografia e na Luz” que publico aqui no Blog eMania revejam: ” Color Correction e Color Grading ” ; ” Gelatinas na Fotografia e Cinema “; ” A Temperatura de CoreLuz e Cor “. , por sinal eu fui convidado a participar deste evento por causa destes posts. Eu percebi que depois da minha palestra eu fui abordado por jovens estudantes, principalmente os responsáveis pela gravação do evento, me perguntando sobre as novas profissões que estão aparecendo na área do audiovisual, como eles estavam muito interessados eu resolvi começar mais uma série de posts destinada as profissões nas áreas do cinema, fotografia e vídeo. Neste post eu vou falar sobre o que é o D.I.T. e o qual a função deste profissional. Então vamos lá.

 

D.I.T. (Digital Imaging Technician)
D.I.T.
(Digital Imaging Technician)

O D.I.T. é um técnico de imagem digital (D.I.T. é a sua abreviação em inglês), ele é o responsável por manter  a integridade visual de todo conteúdo gravado, supervisionando e garantindo a qualidade deste conteúdo, durante a captação, montagem (finalização) e até a correção de cor.

D.I.T. SET
D.I.T. SET

Com o aparecimento das primeiras câmeras de cinema digital, que capturam as imagens em vários tipos de arquivos, CODECs, amostragens e compressões diferentes, os diretores de fotografia, finalizadores e produtores, têm perdido uma ferramenta fundamental de controle de qualidade durante gravação dos filmes. Podendo visualizar as cores com suas respectivas correções, a luz e a uniformidade das imagens, principalmente quando uma produção utiliza mais de uma câmera digital. Estes novos equipamentos cinematográficos digitais não têm, ao contrário do vídeo tradicional, as características visuais gravadas na imagem final, nem o controle que os diretores de fotografia tinha em dezenas de anos utilizando a película com todas suas especificações e o fluxo de trabalho (workflow) bem definido. E o fato de ser uma tecnologia relativamente nova, sem fluxo de trabalho determinado, tem gerado muita confusão na tarefa de manter todo material captado, durante todo o processo de pós-produção e da integridade técnica e plástica da imagem criada na hora da gravação. É muito comum o diretor e o diretor de fotografia modificarem um determinado “look” durante a finalização de um filme, e atualmente varias câmeras de cinema digital, câmeras de vídeo e algumas câmeras fotográficas, gravam arquivos de vídeos em “Log”, que seria uma espécie de “negativo digital”. É uma forma de gravção que gera uma imagem flat bem lavada, porém esta imagem possibilita mais facilidade na  correção de cor,  mais espaço para ajustes refinados de luminância e crominância. Podendo dar um acabamento final, com um ou vários tipos de looks para as imagens.

Correção de Cor (Color Correction)
Correção de Cor (Color Correction)

Atualmente a correção de cor é muito utilizada, que resultou a saída deste tipo de prestação de serviço das produtoras de finalização para o set de filmagem. Tudo numa formatação mais compacta e gerando uma nova função o D.I.T.

O set de gravação de um D.I.T.
O set de gravação de um D.I.T.

Agora eu vou explicar as principais funções de um D.I.T. :

  • Faz a gerência dos looks criados pelo Diretor de Fotografia e colorista;
  • Se a produção implicar mais do que 1 câmera, assegura-se que todas as câmeras tenham as mesmas características de imagem e os mesmos presets.
  • Cria cópias para edição off-line com o look correto a partir dos arquivos originais, e através  das características das imagens corretas, nos formatos corretos e mantendo toda a qualidade do original;.
  • Garante que os looks criados são referenciados aos arquivos originais e cópias off-line, para que durante a fase de correção de cor, não haja erros ou más interpretações.
  • Opcionalmente pode sincronizar som e imagem.
  • Procura erros ou problemas técnicos durante a gravação, transcrição e backup.
  • Estabelece, durante a pré-produção, links com a edição e com o colorista final, sabendo quais são as suas necessidades e o tipo de arquivos e  LTUs (Look-Up-Tables).

Na ausência de um supervisor de Pós-Produção, é do interesse do DIT que o workflow do processo de gravação, edição e pós-produção seja definido e testado do início das gravações.

O D.I.T.  não é no entanto um colorista ambulante. Os looks pretendidos pelo Diretor de Fotografia devem ser criados pelo colorista final, na pré-produção, com base em testes filmados pelo DF. Estes looks são as emulsões digitais e não devem ser mais do que 3 ou 4, no máximo, um para cada setup geral. Devem ser criados em ambientes controlados com garantias de máxima confiabilidade – monitores calibrados, salas com condições ideais de visualização, etc. Não devem ser criados no decorrer da gravação, durante a gravação ou em ambientes não controlados e com monitores de transmissão de qualidade duvidosa.

Se o colorista cria as “emulsões digitais” garante a consistência visual do processo da, edição e grading final. Este processo de trabalho implica que qualquer modificação dos looks deva ser feita ou pelo menos verificada pelo colorista. Não cabe ao D.I.T. fazê-lo, ao D.I.T. cabe manter a integridade técnica do processo, fazendo a “tradução” desses looks para formatos que possam ser importados pelas câmeras, transmitidos para monitores e transcritos para arquivos off-line. Deste modo também se evita a tentação de criar inúmeros looks para cada cena e ficar ajustando os looks durante a gravação, erro comum que torna impossível a consistência visual durante todo o processo.

O D.I.T. não é um Data Manager (é uma outra função que eu vou explicar em breve). Não cabe ao D.I.T. fazer backups do material filmado. No entanto, para economizar custos, as funções do Data Manager são muitas vezes incluídas no trabalho do D.I.T. Isso pode conduzir a uma má gestão do workflow, sobretudo quando há mais de que uma câmera  gravando, e a eventuais erros que podem afetar todo o processo.

Na imagem abaixo mais um exemplo do carrinho que o D.I.T. utiliza. Eu também vou escrever um post explicando quais são e pra que serve os equipamentos que compõem  o este carrinho do D.I.T.

 

Unidade Móvel Compacta - D.I.T.
Unidade Móvel Compacta – D.I.T.

 

Até o próximo post!

Abraços a todos!

Fernando Rozzo

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