Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher (08 de março), este mês estamos apresentando uma série especial sobre as mulheres que marcaram a história da fotografia. Das grandes fotógrafas às mulheres mais clicadas nas últimas décadas, contaremos um pouco da vida daquelas que contribuíram para nossa cultura visual. Em nosso segundo artigo da série, a escolhida é Margaret Bourke-White, primeira fotógrafa da revista Life.
Era junho de 1904 quando Minnie Bourke deu à luz a uma menininha batizada de Margaret Bourke-White, na cidade de Nova York, que poucas décadas mais tarde, se tornaria a primeira fotógrafa da aclamada revista Life.
A casa da família Bourke-White era decorada com fotografias por todos os cantos, coisa do pai de Margaret, o engenheiro Joseph White. Foi por causa dele que ela, ainda pequena, se apaixonou pela fotografia. Tinha apenas oito anos de idade quando fingia sair fotografando os familiares com uma caixa de fósforos.
No início da década de 1920, é aceita na Universidade de Michigan, onde começa a realmente tirar fotos. Em 1930, após passar anos fotografando para diversos tipos de publicações, Margaret Bourke-White já se torna um nome conhecido entre as revistas e os editores de fotografia.
É nesse ano que vai para a Rússia e se faz uma fotógrafa de renome. Nas cinco semanas que passou no país, cobriu a revolução industrial e cultural. Seu trabalho documental sobre a industrialização russa é publicado no The New York Times, junto com mais seis artigos que ela havia escrito.
Em 1936, nasce uma revista diferente no mercado impresso americano e mundial: a revista Life, cuja linha editorial defendia a fotografia como uma forma de contar histórias, e não apenas um complemento do texto. Entre os primeiros fotógrafos contratados aparece Margaret Bourke-White, a primeira fotógrafa da revista, num tempo que pouquíssimas mulheres se aventuravam na profissão.
Na década seguinte, o mundo assistia chocado o terror da Segunda Guerra Mundial. Margaret foi mandada novamente para Rússia, dessa vez como correspondente internacional da Life. Foi a única profissional estrangeira a noticiar e fotografar as primeiras bombas nazistas na região de Moscovo, sendo o seu primeiro grande furo na carreira.
Nos anos que se sucederam a guerra, Bourke-White documentou os horrores, a destruição, os campos de concentração, as mortes de civis e grandes líderes. Após o fim do conflito, foi enviada para Índia e Paquistão, onde fotografou o líder pacifista Mahatma Gandhi, uma hora antes de sua morte. A fotografia entrou para a história e reafirmou ainda mais a excelência profissional de Margaret.
Depois de uma infinidade de coberturas especiais ao redor do mundo, Margaret Bourke-White foi diagnosticada com Parkinson em 1956. Realizou uma cirurgia para amenizar a doença e voltou à Life apenas como jornalista. Morreu em 1971 aos 67 anos deixando uma herança incalculável de imagens históricas dos principais eventos do século XX.