Já ouviu falar da World Press Photo? Se a resposta for não, a gente explica: é uma organização independente sem fins lucrativos fundada em 1955 em Amsterdã, na Holanda. É conhecida por realizar anualmente a maior e mais prestigiada premiação de fotojornalismo do mundo. Depois da cerimônia, os retratos vencedores são reunidos em uma exposição itinerante visitada por milhões de pessoas ao redor do planeta, em mais de 40 países.
A cada ano um livro com todos os registros premiados é publicado em seis idiomas diferentes. Para você ter noção da magnitude e do profissionalismo das fotos premiadas, separamos algumas das contempladas neste ano (bom destacar que os vencedores de cada edição são de fotos tiradas ao longo do ano anterior):
Foto do Ano
A foto do ano (principal categoria) foi para o fotojornalista australiano Warren Richardson, com uma imagem que mostra um bebê de família migrante sendo passado por baixo de uma cerca de arame farpado na fronteira entre Hungria e Sérvia, em agosto de 2015. A cena também levou o 1º lugar na categoria “Notícias Factuais” (outra categoria importante). O júri do prêmio de fotografia World Press Photo leva muito em conta fotos bem atuais e com carga social e histórica ao selecionar os grandes vencedores.
Brasileiro na premiação
Pensou que o Brasil ficaria de fora de uma das maiores premiações da fotografia mundial? Felizmente, não. O brasileiro Mauricio Lima, que trabalha como freelancer para o grande jornal americano “The New York Times” e para outras publicações, foi o vencedor com a melhor foto na categoria “Notícias Gerais”, com a imagem de um médico tratando as queimaduras de um jovem combatente do Estado Islâmico de 16 anos de idade perto de Hasaka, na Síria. A foto é “pesada”, mas, dimensiona muito bem os resultados dos conflitos na Síria.
Outra imagem do brasileiro também aparece entre as vencedoras. A cena de crianças de uma tribo mundurucu, saltando no rio Tapajós em Itaituba (PA) foi eleita a 2ª melhor foto na categoria “Vida Diária”. Os mundurucus habitam geralmente regiões de florestas, às margens de rios navegáveis, sendo que as aldeias tradicionais da região de origem ficam nos chamados “campos do Tapajós”, classificados entre as ocorrências de savana no interior da floresta amazônica. Uma bela imagem natural.
Refugiados
Especialmente este ano, o tema “refugiados” chamou bastante atenção. A imagem tocante de uma criança coberta por uma capa de chuva à espera em fila de registro de refugiados em um campo de Presevo, na Sérvia, foi eleita melhor foto na categoria ‘Pessoas’. A foto é do fotojornalista Matic Zorman, que captou muito bem a essência dos refugiados, que têm sido destacados nos principais jornais, sites e tevês pelo mundo, por conta da crise e dos conflitos no Oriente Médio.
Neste ano, o júri do prêmio de fotografia World Press Photo chegou aos vencedores após avaliar 82.951 fotos de 5.775 fotógrafos que se inscreveram no concurso. As inscrições vieram de nada menos que 128 países diferentes.
Se você é fotojornalista ou é fotógrafo e acha que pode competir com essas fotos, fique atento ao site da World Press Photo. As inscrições geralmente se iniciam no começo do ano. Se você for tentar, boa sorte. Não é nada fácil competir com os melhores do mundo. Mas, nada é impossível, quem sabe a sua fotografia não pode estar aqui no próximo ano?