São diversas as fotos históricas desde que a fotografia tornou-se uma forma de arte e comunicação acessível. Mas, qual a verdadeira história das fotografias mais famosas dos últimos cem anos? Afinal, por trás de cada clique, sempre há uma história a ser contada. Por isso, vamos desvendar os acontecimentos que envolvem o momento decisivo de cada clique na série “A história por trás das fotografias famosas”.
Hoje, a fotografia escolhida é a da “Autoimolação do monge”, capturada em 11 de junho de 1963, durante uma manifestação na cidade vietnamita de Saigon, contra a política religiosa do governo autoritário na região.
Thich Quang Duc é nome do monge vietnamita que ateou fogo no próprio corpo como maneira de protesto. A autoimolação – que é a ato de atear fogo no corpo – é um tipo de manifestação “tolerada” no hinduísmo.
Após a fotografia circular o mundo, o monge virou um símbolo de resistência. O fotógrafo responsável por registrar a imagem aterrorizante foi o jornalista e fotógrafo americano Malcolm Wilde Browne.
Browne começou a carreira cobrindo a Guerra da Coréia e trabalhava na Associated Press (AP) na época em que tirou a foto do monge coberto de fogo, que o fez ganhar o Prêmio Pulitzer de Serviço Público e Foto do Ano da World Press Photo.
O ato de autoimolação do monge Thich Quang Duc fez com que o regime do presidente autoritário Diem anunciasse reformas para negociar com a população. Entretanto, as mudanças ficaram mais no papel e não viraram ações efetivas. Os protestos continuaram e muitos budistas foram atacados por forças militares.
A situação chegou ao extremo quando outros budistas começaram a seguir o exemplo de protesto de Quang Duc e se autoimolaram, tal a força daquele ato e do poder de influência da fotografia de Malcolm Browne. Só anos depois um golpe militar derrubou Diem e seu governo. Até hoje, mais de cinco décadas depois que a fotografia foi capturada, ela ainda causa espanto, surpresa e horror.