Em nosso quarto artigo da série, “os grandes fotógrafos da história”, em comemoração o Dia do Fotógrafo (08 de janeiro), apresentaremos um famoso fotógrafo americano que revolucionou a fotografia de moda: o talentoso Richard Avedon.
Nascido em Nova York, no dia 15 de maio de 1923, de uma família judaico-russa, veio o mundo com o DNA da fotografia: é filho do também fotógrafo, Jacob Avedon. Richard teve o primeiro contato realmente com o mundo fotográfico ainda muito jovem, aos 12 anos de idade.
Durante a Segunda Guerra Mundial, enquanto servia como fotógrafo da Segunda Classe da Marinha Mercante, passou a desenvolver seus conhecimentos técnicos e de estilo com uma câmera Rolleiflex, presente de seu pai.
Após dois anos servindo na guerra, Richard retornou a Nova York onde começou estudar na renomada New School for Social Research, tendo contato com Alexey Brodovich, considerado um dos maiores designers de todos os tempos. Em 1945, montou um estúdio próprio e começou a trabalhar como fotógrafo freelancer para inúmeras publicações da cidade.
Com a ajuda de Brodovich, Avedon se destacou na revista de moda Harper’s Bazaar, a qual o deu autonomia para usar a criatividade e criar fotos originais. Funcionou: as modelos começaram a ser fotografadas em cenas de ação, atuando e sorrindo, uma novidade para época. Inspirado pelo fotojornalismo, ele também passou a fotografar as modelos nas ruas, em arenas de circo, teatros e lugares incomuns.
Tais ações influenciaram toda a sua carreira, como também, as novas gerações de fotógrafos de moda que surgiram depois dele. Com quase duas décadas na Harper’s Bazaar, Richard Avedon migrou para a considerada bíblia da moda, a revista Vogue, onde trabalhou até 1988. Além do mundo editorial, também fez parcerias com grandes grifes de roupas e cosméticos, como Calvin Klein, Versace e Revlon.
Ainda nos anos 1980, Avedon deu o ponto pé inicial naquele que seria um dos seus principais projetos. Sinônimo da versatilidade, o fotógrafo lançou a obra “In The American West”, retratando membros da classe trabalhadora americana. Durante uma entrevista sobre o mesmo projeto, ele revelou: “o momento, uma emoção ou um fato que se transforma em uma fotografia já não é um fato, mas uma opinião”.
Ele também clicou os sobreviventes da Guerra do Vietnã, assim como inúmeros políticos, personalidades e artistas, que vão de Marilyn Monroe, Elizabeth Taylor, Os Beatles a Bod Dylan. Um dos seus trabalhos mais emocionantes foi a série de fotografias sobre os últimos anos de seu pai, Jacob Avedon, já bem debilitado.
Richard Avedon faleceu em 2004 enquanto trabalhava para a revista semanal americana, The New Yorker. Seu legado é praticamente imensurável: grande retratista, soube trabalhar os contrastes de uma sociedade em transformação. Toda a sua obra, seja na moda ou no fotojornalismo, são fragmentos que nos transpõem à época em que foram retratados. É como que se ao olharmos suas fotos, somos levados imediatamente para o tempo e espaço que foram tiradas. Sem dúvida alguma, um talento para pouquíssimos.