Consta que a história da fotografia começa na antiguidade, quando se descobriu a possibilidade de se projetar imagens por intermédio da luz. Há relatos de que alquimistas no séc. 4 a.c conseguiam produzir uma imagem invertida através da passagem da luz por um pequeno orifício feito numa câmara escura.
No entanto, foi somente em 1525 d.c que a descoberta de que os sais de prata eram sensíveis à luz, e que permitia a fixação da imagem refletida de um objeto, revolucionaria o universo da captura de imagens.
Em 1725, o professor de medicina da Universidade de Aldorf (Alemanha), Johann Henrich Schulze, através de um revolucionário experimento, conseguiu provar essa possibilidade de se registrar uma imagem através do uso da luz em combinação com os sais de prata.
Primeiramente ele encheu um frasco de vidro com nitrato de prata e, após expor o recipiente à luz, descobriu que a substância que havia ficado em contato com a luminosidade se tornara da cor violeta, enquanto o restante da substância continuava intacta.
O seu próximo passo foi introduzir nesse mesmo frasco um chumaço de papel stencil e, após expô-lo novamente ao sol, a surpresa! Descobriu que haviam ficado impressas, por um curto espaço de tempo, na superfície do frasco, em negativo, as palavras escritas no stencil.
Começava, pois, a história da fotografia, e era o pontapé inicial para que uma infinidade de experimentos fosse feita até que em 1826 o inventor francês Joseph Nicéphore conseguisse, finalmente, fixar uma imagem através desse processo.
A Fixação das Imagens Fotográficas
Resolvido o problema da impressão de uma imagem através da luz sobre uma superfície, restava agora fazer com que essa imagem pudesse ser fixada e, posteriormente, copiada. Entrava em cena o inventor francês Joseph Nicéphore Niépce, e começava a portentosa história da fotografia!
Nascido no seio de uma família abastada da sociedade francesa do séc. XVIII, Joseph Nicéphore, então com 40 anos de idade, não pensou duas vezes quando decidiu pedir dispensa do exército francês para dedicar-se, exclusivamente, à pesquisa graças ao imenso patrimônio da sua família.
Em 1826, teve uma ideia que, definitivamente, passaria para história da fotografia mundial. Utilizou uma chapa de estanho, cobre e chumbo na qual despejou um tipo de asfalto que não é derivado do petróleo (o asfalto da judeia). Logo após, colocou em cima dessa chapa uma ilustração embebida em óleo para que a luz atravessasse o papel e atingisse a placa com o asfalto.
Resultado: como esse asfalto endurece ao contato com a luminosidade, ao lavá-lo com uma substância química, descobriu que a imagem da ilustração havia fixado-se permanentemente na chapa, ficando, assim, disponível para ser copiada várias e várias vezes.
Louis Jacques Mandé Daguerre
Apesar de algumas controvérsias, o pintor e inventor francês Louis Mandé Daguerre é considerado o “pai da fotografia moderna”, devido, entre outras coisas, ao fato de tê-la popularizado e tornado-a acessível a uma boa parte da população francesa da época.
No ano de 1829, Daguerre utilizou uma chapa de ouro repleta de sais de prata e vaporizada por iodo, obtendo, com isso, iodeto de potássio. Essa substância, exposta à luminosidade, numa câmera escura, tinha a capacidade de sensibilizar-se ao contato com a luz, e bastava que a chapa recebesse um banho de mercúrio aquecido para que uma imagem nela impressa fosse exposta.
O processo culminava com um banho de tiossulfato de sódio, a fim de que a imagem fosse fixada e posteriormente reproduzida. Daguerre confirmava, assim, a sensibilidade dos átomos de prata à luminosidade ao formarem cristais que reagem quimicamente às ondas de luz, capturando as imagens que elas refletiam. Começava, pois, a história da fotografia mais ou menos como a conhecemos nos dias atuais!
No dia 19/08/1839 a Academia de Ciências de Paris aprova a sua invenção, dá a ela o nome de daguerreótipo e o denomina o “Pai da Fotografia Moderna”.
A Evolução da Fotografia Comercial
A história da fotografia dita comercial, pode-se dizer que começa com a invenção do daguerreótipo, considerado, pela maioria dos fotógrafos, o “avô” das atuais câmeras fotográficas. Foi a primeira tecnologia de registro fotográfico comercializado em grande escala. E consistia numa caixa onde havia uma chapa com espelhos no interior da qual as imagens eram capturadas.
O ponto fraco dessa tecnologia era o fato de ser uma invenção para poucos (os ricos, especificamente), sendo, curiosamente, mais barato pedir que um artista pintasse a sua imagem ao invés de comprar o famoso aparelho ou adquirir os serviços de um fotógrafo; sem contar a sua fragilidade, que exigia todo um aparato para a sua melhor conservação.
Logo se seguiram as invenções do escultor inglês Frederick Scott Archer, avançando no que se refere à resolução das imagens e tornando mais barato os custos envolvidos na arte fotográfica.
Do fotógrafo e caricaturista francês Félix Nadar, o primeiro proprietário de um estúdio fotográfico. Também as experimentações do matemático britânico, James Clerk Maxwell, que em 1861 fez os primeiros ensaios de um método para captar imagens coloridas.
Segue, ainda, a história da fotografia moderna com Richard Leach Maddox (médico e fotógrafo entusiasta britânico), responsável por criar uma tecnologia com base numa captura “limpa”, através do uso de gelatina fotográfica nas chapas, ao invés da solução de colódio, o que possibilitava um processo mais simples de revelação das fotos; além da acessibilidade aos negativos.
Tudo isso, até a presença em cena do americano George Eastman e a sua Kodak, em 1880, que, aproveitando-se das descobertas de Maddox, fundou uma companhia de chapas secas, a: Eastman Kodak Company; desenvolvendo a tecnologia de filmes com 20 metros de comprimento, tornando as câmeras fotográficas bem mais baratas e iniciando o processo de popularização em massa da arte fotográfica.
História da Fotografia no séc. XX
Foram mais de 1 século de fotografia analógica, que inevitavelmente havia adquirido o status de uma arte, chegando a ser alvo de polêmicas pois, para muitos, essa nova tecnologia, inexoravelmente, daria fim à arte da pintura.
O principal argumento era o de que tratava-se de uma afronta dar o nome de arte a um método que utilizava-se de processos físico-químicos para retratar os ambientes e que, além disso, independia da habilidade com as mãos para que o procedimento fosse executado. Tanta foi a força dessas objeções que chegou a dar origem a um movimento na pintura, conhecido como: Impressionismo.
Uma escola de pintura que fez parte da história da fotografia, ao propor essa fuga da representação da realidade que se propagava na frança do século XIX, onde a arte de fotografar era uma das suas mais claras representantes.
Quanto à história da fotografia no séc. XX, propriamente dita, destaca-se o uso da arte fotográfica como um dos principais instrumentos utilizados pela imprensa mundial, principalmente no que se refere ao fotojornalismo, que se iniciava com força nesse período.
Era dos Grandes Fotógrafos
Dentre as principais personalidades que surgiram a partir do séc. XX, como os principais representantes da história da fotografia mundial (os mestres do fotojornalismo), estão: Henri Cartier Bresson, francês, nascido em 1908, considerado um gênio do fotojornalismo, por combinar a fotografia jornalística com a mais pura arte do seu século.
Além dele destacam-se o húngaro Robert Capa, considerado um dos maiores fotógrafos de guerra de todos os tempos. Pierre Verger, fotógrafo e etnólogo franco-brasileiro, que viveu boa parte da sua vida em Salvador, capital da Bahia, é conhecido como o mestre da fotografia representativa das culturas e da religião dos povos.
E Jean Manzon, fotógrafo e cineasta francês radicado no Brasil, considerado um mestre na criação fotográfica através das técnicas do cinema, propondo uma arte realista e quase que em movimento.
Não podendo passar despercebida a atuação decisiva dos irmãos Lumiére (os pioneiros do cinema), criadores da tecnologia dos autocromos, que seria uma espécie de fonte inspiradora para a criação dos futuros filmes coloridos para câmeras fotográficas.
História da Fotografia em cores
Em 1935, a americana Kodak lança a tecnologia dos Kodachromes, espécies de filmes para imagens estáticas e com base transparente, com as quais era possível capturar fotos em cores utilizando-se de uma câmera Kodak.
Essa tecnologia resistiu até meados de 2009 como uma revolução, tanto assim que até os dias atuais é considerado um dos mais eficientes métodos de captura de imagens em cores já inventado. E o resultado dos seus registros fotográficos, uma referência de qualidade de imagens.
Em 1936 a alemã AGFA coloca no mercado fotográfico o filme colorido Agfacolor Neu, um método de revelação que permitia que o processo se desse em qualquer laboratório do mundo, sendo, obviamente, um dos responsáveis pela história da fotografia colorida, expandido-a, a ponto de ser a ideia utilizada até hoje para a captura de imagens coloridas.
Finalmente a partir de 1970, já era difícil encontrar um aparelho fotográfico que não capturasse fotos em cores. A história da fotografia, pois, conhecia o seu período de verdadeira popularização, não estando mais, essa tecnologia, nas mãos de uns poucos abastados que possuíam condições financeiras para adquirir um exemplar.
E o mais importante, sem detrimento de uma arte em relação a outra (fotografia x pintura), com ambas ocupando, com glória, cada uma o seu espaço como a 8ª e a 3ª arte respectivamente.
Fotografia Digital
No final dos anos 80 e começo dos anos 90 começa a história da fotografia digital. É quando começa a ocorrer o processo de desaparecimento de todo o glamour que envolve a arte de fotografar.
Fábricas de equipamentos analógicos são fechadas, o fotojornalismo se desintegra, gerando várias correntes, identificadas nos veteranos e nostálgicos, nos fotógrafos em processo de adaptação à nova realidade, e nos jovens, entregues de corpo e alma ao modo digital.
Começam a surgir novas polêmicas, dessa vez sobre as diferenças entre a fotografia analógica e a digital, muitos alegando que essa tecnologia teria grandes desvantagens como, por exemplo: seus arquivos, que podem ser facilmente destruídos e sujeitos a fins ilícitos.
Também, que são extremamente suscetíveis às mais diversas manipulações e “melhoramentos” das imagens, que, segundo muitos, elimina a grande mensagem da fotografia, a que ela é o reflexo da realidade; além de outras opiniões que questiona esse tipo de “avanço”.
Tecnicamente a tecnologia digital funciona através da transformação da imagem captada em milhares de sinais eletrônicos, que são arquivadas em um hardware de computador, Cds, pendrives, etc., com a possibilidade de ser enviada quase que instantaneamente através de um computador, para várias partes do mundo.
Já não exigem a necessidade de levar o equipamento até os olhos, podendo ser visualizada, a imagem, através do cristal líquido na tela do aparelho; além de que todo ou boa parte do trabalho de pós-produção da foto pode ser feita no mesmo instante da captura da imagem.
Os Processos Digitais
A história da fotografia digital marca o momento em que se deixou de utilizar as poses de um filme, tornando o processo de captura de imagem bastante barata; além de poder matar, de antemão, a curiosidade do fotógrafo, que já fica sabendo como ficará a foto capturada.
Esse tipo de registro é feito através de um sensor óptico, que substitui os filmes nas câmeras fotográficas, recebendo a luz emitida ponto a ponto e transformada num arquivo de computador. Feito isso, o próximo passo será descarregá-lo no computador e tratar da manipulação artificial da foto.
Para os nostálgicos, é o fim da história da fotografia como a arte de capturar imagens através da qualidade da câmera e do talento do profissional. Já para os mais modernos, as câmeras digitais configuram-se numa necessidade, devido ao fato de que os novos tempos exigem agilidade, perfeição e economia de tempo; sendo, por isso, inadmissível a espera por vários dias para que uma foto seja revelada sem quaisquer garantias prévias do resultado.
Polêmicas à parte, o que se vê é que a pintura continua intacta, como a arte de registrar imagens estáticas de forma lúdica e poética. Que não houve o seu fim, já que são infinitas as possibilidades de um pincel e uma tela em branco. E que a fotografia adequou-se ao seu lugar. O do registro e fixação prática e eficiente da realidade, podendo, também, se utilizar da a arte, tão democrática, para esse nobre e tão humano fim.
Bom, agora será de extrema importância, para nós, ler os seus comentários sobre esse artigo, que podem ser deixados, logo abaixo. Não se esquecendo de deixar também as suas considerações sobre a fascinante história da fotografia.