Ao pensarmos e refletirmos sobre a história fotográfica, não faz tanto tempo que a fotografia colorida se popularizou. William Eggleston, fotógrafo americano nascido na cidade de Memphis, no Tennesee, em 1939, foi um dos responsáveis por elevar a fotografia colorida a outro patamar: digna da expressão artística de qualidade.
William Eggleston cresceu no estado americano do Mississippi, tendo uma infância cheia de referências artísticas, principalmente musicais e da pintura. Mas, foi na faculdade que a fotografia realmente entrou em sua vida. Em meados dos anos cinquenta, comprou sua primeira câmera fotográfica.
Seus primeiros trabalhos foram em preto e branco, fazendo referência de muitos fotógrafos renomados, com forte influência para o famoso “momento decisivo” do fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson. Poucos anos depois, Eggleston passou a experimentar a fotografia colorida, a qual foi definitiva para o sucesso que estaria por vir.
Em 1969, devido a alguns contatos importantes que tinha em Nova York, teve algumas de suas fotos compradas pelo Museu de Arte Moderna da cidade. Seu trabalho foi considerado inovador para época. Passou a lecionar em Harvard, onde descobriu o processo Dye-transfer, técnica responsável pela saturação das cores e contrastes.
Com esse processo, ele criou uma de suas obras mais famosas, intitulada The Red Ceiling. O próprio fotógrafo considera essa a sua melhor obra, datada de 1973. Três anos depois realizou uma exposição no MoMA (Nova York), legitimando ainda mais seu trabalho como fotógrafo e artista. Foi também nessa época que se aproximou de um dos maiores artistas plásticos de todos os tempos, Andy Warhol.
Entre as rodas dos artistas da arte pop , William Eggleston conseguiu chamar atenção para suas fotos: muito coloridas, representam o cotidiano e as paisagens das pequenas cidades e subúrbios do sul dos Estados Unidos – região natal do fotógrafo – durante as décadas de 1960 e 1970. Consideradas atraentes esteticamente, também podem causar estranhamento e despertar o sentimento de mistério.
Atualmente, as imagens de Eggleston, retrato fiel da mudança social nos Estados Unidos a partir dos anos sessenta, são fonte de inspiração não só para novos fotógrafos, como também para cineastas que usam e abusam de seu conceito fotográfico.
William Eggleston, hoje com setenta e sete anos, certamente é um dos maiores nomes da história da fotografia do século XX. Ele abriu novos caminhos para a fotografia ao mirar suas lentes nos elementos que simbolizavam o processo de modernização americana (por meio da publicidade, das mídias), apresentando a nova realidade em cores muito vibrantes. Capturando lugares, pessoas e objetos, deixou seu nome marcado na história da fotografia como um profissional que soube mostrar a leve beleza do cotidiano.