Coisas que não te disseram sobre a luz natural
Não é todo mundo que gosta de sair com uma porção de equipamentos fotográficos e acessórios de fotografia para fotografar na rua – e também não é todo mundo que pode comprar esse tipo de parafernália. Se nós somos abençoados com o Sol, uma fonte de luz incrível e gratuita, por que não tirar o melhor proveito dele? A iluminação natural pode apresentar vários desafios, e é isso que a torna interessante dentro de suas mil e uma possibilidades. Vamos desvendar um pouquinho mais desse mistério?
A luz natural não tem apenas uma direção! Pense na função do rebatedor: ele faz com que a luz incidida se espalhe por uma superfície refletor-rebatedora e volte para preencher as sombras. Eles influenciam apenas na iluminação por serem construídos com materiais em cores neutras, como o branco e o prateado. A natureza e os ambientes, no entanto, não são cinzas, e por isso rebatem luz e cor. Do mesmo modo como um rebatedor dourado “tonaliza” a cena, posicionar seu modelo próximo a uma parede verde fará a imagem ter invasão de verde. Obviamente, a intensidade dessa invasão dependerá dos tons da cor e quantidade de luz que incide sobre ela.
A luz da janela é uma das mais usadas para fotografar retratos, mas é preciso dominá-la e moldá-la de acordo com o seu interesse. Tente imaginar a janela como um grande softbox: do mesmo modo com a luz de um softbox apontado para as orelhas do seu modelo não será tão legal, a luz da janela na mesma posição também não será, porque acabará criando sombras muito marcadas num dos lados do rosto, realçando marcas indesejadas de expressão. Como não é possível mudar a janela de lugar como mudaríamos um softbox, a solução é reposicionar o modelo um pouco mais de frente para a fonte de luz. Ou, no caso de você preferir uma luz mais dramática e contrastada, adicionar um rebatedor ao seu esquema de iluminação.
Vai ser muito mais legal se você levar um rebatedor! A iluminação natural não te dará controle total da fotografia, mas um rebatedor pode ser muito eficiente em domar a luz. O nascer e o por do sol são os melhores horários para fotografar, mas por serem momentos de luz dura e muito lateral, você poderá ter dificuldades na hora de priorizar a fotometria. Se priorizar nas altas luzes, as sombras ficarão muito escuras; se quiser salvar as sombras, as áreas claras vão ficar estouradas. Não que isso seja problema, porque, dependendo das suas escolhas, o resultado também pode ficar incrível nessas condições. Outro grande desafio nesses casos é o foco, que fica muito difícil se você estiver fotografando em contra luz. Tum rebatedor (e alguém para segurá-lo) pode ser uma boa saída para evitar esses episódios! Mesmo que ele fique guardado, é melhor prevenir que remediar.
Fotometrar a luz natural é dificílimo! Você não vai olhar para o céu para saber quando o Sol vai ou não se esconder atrás de uma nuvem e interferir na qualidade da iluminação. Essas variações naturais interferem muito no andamento de uma sessão de fotos, especialmente se você estiver fotografando algum evento e não há muito tempo para repetir o clique. Como o fotômetro da câmera não é muito confiável, principalmente se você não sabe como ele mede sua prioridade, uma solução rápida é apontar a câmera para a palma da sua mão e zerá-lo ali, e depois registrar a cena à sua frente. A palma da sua mão funciona mais ou menos como um cartão de cinza 18%, então os tons ficarão bem equilibrados.
Você não precisa de uma Lente 50mm para fazer fotos incríveis! Essa é considerada a lente queridinha dos fotógrafos, mas a maioria acaba se tornando escravo dela e deixando uma variedade de possibilidades só para fazer retratos de close com bokeh. Especialmente quando você estiver fotografando em dias de muito sol, não há mau nenhum em fechar o diafragma, aumentar a zona de foco e descobrir algumas texturas. A sua lente do kit também é incrível! Use-a!