Curiosidades sobre a história das fotografias
A heliografia de Niépce, o pai da fotografia
Joseph Nicéphore Niépce era um inventor francês que foi responsável por uma das primeiras fotografias da história. Em 1793, Niépce e o irmão Claude tentaram produzir imagens gravadas quimicamente com uma câmera obscura.
Depois de diversas experiências, os irmãos concluíram que os melhores resultados eram atingidos com brometo e iodeto de prata. Os melhores resultados consistiam, então, em velocidade da captura de imagem (a mais rápida aparecia depois de 12 horas) e nitidez da imagem. No entanto, esses experimentos falharam na questão de fixação da foto. Eles utilizavam placas de estanho para expor as fotografias, mas elas duravam poucos minutos na superfície.
Demorou mais de 30 anos e centenas de experimentos para Niépce descobrir uma placa de estanho com betume branco que endurecia em contato com a luz, permitindo a fixação da imagem nela. Como revelador de imagem, o inventor utilizou um óleo para dissolver o betume em vários pontos da chapa com maior, ou menor intensidade de luz, formando assim, a imagem fotográfica.
Dessas tentativas nasceu a “Point de Vue Du Gras”, considerada por muitos a primeira fotografia da história da humanidade.
A foto é da vista da janela do sótão da casa de campo de Niépce em Saint-Loup de Varennes e pode-se ver a granja da propriedade.
O tempo de exposição para atingir essa imagem foi de cerca de oito horas. A câmera utilizada foi feita artesanalmente pela Casa de Óptica Parisiense. O processo utilizado para a captura da imagem é chamado de Heliografia, que significa gravura com luz solar com baixa velocidade de captação, resultando em uma baixa qualidade de imagem.
A foto original pode ser vista no Harry Ranson Humanities Research Center, da Universidade do Texas.
O primeiro livro ilustrado com fotografias
William Henry Fox Talbot era um cientista inglês e também é considerado um dos pioneiros das fotografias. Ele começou as pesquisas na área fazendo cópias em papel de silhuetas de folhas, penas e outros objetos. O papel era mergulhado em uma solução de nitrato e cloreto de prata que, depois de seco, era pressionado contra esses objetos fazendo com que o contorno deles fosse registrado.
Depois desse processo, a imagem no papel era fixada com amoníaco e sal, formando uma espécie de desenho-fotografia.
Esse processo e as pesquisas de Talbot precederam a obtenção de fotografias com mais qualidade.
Como conversas sobre o daguerreótipo (considerada a primeira “câmera fotográfica” do mundo) já corriam a Europa inteira, Talbot também queria créditos por suas pesquisas e apresentou os trabalhos à Royal Society, que era uma instituição que tinha como objetivo promover o conhecimento científico.
Foi concluído que as imagens produzidas pelos daguerreótipos eram melhores que a de Talbot, já que eram maiores que as fotografias do cientista.
O processo de revelação fotográfica de Talbot ficou conhecido como Calotipo, que consiste na obtenção de imagem fotográfica negativa, em uma emulsão de sais de prata sobre um papel.
Com pouco reconhecimento, Talbot decidiu vender as fotografias que produzia nas ruas, para turistas da Inglaterra.
O cientista foi o responsável também pelo primeiro livro ilustrado com fotografias, o The Pencil of Nature, publicado em 1844. Dentro dele havia 24 fotos feitas pelo Calotipo.
“Você aperta o botão, nós fazemos o resto”
Foi com esse slogan que a Kodak iniciou a popularização da fotografia no fim do século XIX. O responsável pelas ideias que iniciaram esse processo foi George Eastman, o idealizador da primeira câmera Kodak, lançada em 1888.
Antes de Eastman, os fotógrafos eram obrigados a carregar equipamentos pesados, chapas fotográficas, além de perder bastante tempo aprendendo e executando a revelação de filmes, que até então, tinha de ser feita pelo próprio fotógrafo.
O slogan “você aperta aperta o botão, nós fazemos o resto”, então, significou um marco na história da fotografia: os profissionais não precisavam mais aprender a revelar, nem se preocupar com isso. O que a Kodak fazia era receber as câmeras de quem quisesse com o filme carregado, ele era revelado, e a câmera era devolvida com um filme novo com capacidade para mais de 100 fotos.
Eastman deu ainda mais um passo com o lançamento da Brownie, uma câmera miniatura de baixo custo que fez com que a fotografia fosse, além de tudo, portátil e acessível.
A primeira câmera digital do mundo
No laboratório da Eastman Kodak Company, Steve Sasson foi o responsável pela criação da primeira câmera digital do mundo, em 1975. Ele juntou dispositivos analógicos e digitais com uma lente de câmera Super 8 parar criar esse equipamento pioneiro.
A câmera gravava fotografias em uma fita cassete através do sensor CCD, que hoje apesar de ser muito comum, era demasiadamente revolucionário na época. Para formar as fotografias com 100 linhas em preto e branco, a câmera levava 23 segundos.
Como não havia LCD, o equipamento não possuía visor, e a foto só podia ser vista ao passar a fita cassete por um reprodutor ligado a um computador que, por fim, exibia as fotografias na televisão.
O novo equipamento foi mostrado aos executivos da Kodak um ano depois, em 1976, como “fotografia sem filme”. A Kodak não ficou animada com a ideia, já que era a maior fabricante de filmes e produtos químicos para revelação da época.
Mal sabiam eles do futuro que os esperava, e agora, assim como todas as outras companhias de fotografias, lutam para se manter em um mercado completamente digital.
De qualquer maneira, a primeira câmera digital do mundo foi patenteada em 1976 e somente em 2001 a marca reconheceu que a primeira câmera fotográfica digital pertencia à companhia.