Viajante descobre fotos idênticas as suas com três décadas de diferença

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A cultura do machismo e das estruturas sociais mais “conservadoras” infelizmente não privilegia as mulheres que querem ter uma vida desprendida, independente. Algo que torna pessoas que tomam por decisão serem viajantes solitárias encaradas como “estranhas” ou “mal-vistas”, principalmente nos anos 70 em um período de disseminação ainda maior desses conceitos arcaicos.

Além disso, fotos idênticas as do professor Marcelo Nogal o intrigaram de tal maneira que ele se viu determinado a dar início de uma verdadeira saga em busca da identidade daquela moça que, assim como ele, gostava de viajar bastante e para destinos bem parecidos com os dele.

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Foto: Reprodução/BBC Brasil

Tudo começou absolutamente por acidente, já que o seu cunhado lhe deu de presente um antigo projetor que havia comprado em uma loja de itens antigos. Não tendo usado o aparelho, ele entendeu que, pela profissão de Marcelo, ele saberia fazer melhor uso do aparelho do que ele e, no final das contas, ele estava muito certo.

Ao ligar o projetor, o professor de português viu as mais de 200 fotos onde aparecia a viajante não-identificada em imagens que ele percebeu serem fotos idênticas as suas. Por lugares que, enquanto ele havia conhecido nos últimos anos, a pessoa em questão parecia ter visitado há muito mais tempo.

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Foto: Reprodução/BBC Brasil

“Nós fomos a locais idênticos. Isso me deixou muito surpreso, principalmente porque era uma mulher independente viajando pelo mundo em plena década de 70. É uma coisa de destino, não sei explicar. Esse material poderia parar nas mãos de outra pessoa, que talvez não desse a menor importância. Mas é muita coincidência ser encontrado por mim, que tenho tanto em comum com ela”, disse em entrevista a BBC Brasil.

Com essa sequência de coisas em comum, Marcelo Nogal se viu determinado a fazer um completo trabalho de investigação pegando todos os elementos possíveis das fotografias que ele digitalizou. E, por ironia do destino, um papel que estava em meio aos slides com o nome “Elaine” acabou sendo a chave para a sua descoberta.

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Ao aprofundar suas pesquisas relacionadas ao espiritismo (diversas imagens feitas em Salvador davam a ideia de que a Elaine em questão era espírita), Marcelo descobriu que a mulher em questão era Elaine Curti Ramazzini. Psicóloga com direito a palestras em diversas universidades dos Estados Unidos, ela tinha a viagem como uma de suas paixões.

Ao descobrir a rede social de Elaine, o professor conseguiu entrar em contato com o sobrinho da viajante, Rodolpho, para inclusive entregar as “fotos idênticas” que podem ter se perdido em uma das diversas mudanças que ela fez na vida, segundo o sobrinho. Infelizmente, ela faleceu em julho desse ano aos 93 anos de idade.

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