Prós e contras do modo semi-automático na fotografia de vida selvagem

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É provável que você já tenha escutado alguns fotógrafos profissionais afirmarem que qualquer modo fotográfico que não for o manual seja uma espécie de “farsa”. Mas essa contestação pode ser errada, já que não existe farsa na fotografia. E conclusões tão severas como essa impede o progresso fotográfico de pessoas que querem entrar nesse mundo buscando o caminho profissional.

No entanto, devemos dizer também que o uso do modo completamente automático da câmera digital é recomendado no caso de fotografia de vida selvagem. Com ele, a câmera foca em qualquer coisa e pode deixar de lado o que você quer, realmente, focar. As configurações de velocidade e iluminação também sempre estão erradas, já que você não tem o controle do equilíbrio do triângulo de exposição. Para a fotografia de vida selvagem, essa seria a pior escolha a se tomar: escolher o modo automático.

Porém, nesse tipo de fotografia, o modo semi-automático pode ser usado com tranquilidade. Isso porque, na fotografia de vida selvagem, tudo é muito imprevisível e fica difícil você conseguir mudar as condições e configurações da sua câmera rapidamente no modo manual.

Imagine: você está fotografando um pássaro mergulhando no ar para alcançar um peixe que está no rio. O trajeto que ele faz até a água possui diversas condições de iluminação diferentes. Você vai precisar apontar a câmera para cima em direção ao sol e depois para baixo em direção à água. Se você fosse mudar as configurações da sua câmera para atingir o resultado desejado nessa foto, você perderia a ação.

fotografia de vida selvagem

Escolhendo o modo semi-automático

Existem algumas escolhas a se fazer quando se trata de modos semi-automáticos para fotografia de vida selvagem. Vamos conhecer as melhores:

1. Modo prioridade de abertura

O modo prioridade de abertura permite que o fotógrafo escolha a abertura que ele deseja, deixando para a câmera a escolha automática da velocidade do obturador. Dessa maneira, o equipamento fotográfico consegue equilibrar a exposição das fotos.

O fotógrafo pode também aumentar o ISO para não deixar que a iluminação se torne um fator limitante. Assim, como resultado, a câmera vai aumentar a velocidade.

Apesar de a câmera fazer algumas escolhas de configurações, o fotógrafo continua tendo total controle da exposição que precisa.

Uma abertura maior favorece a fotografia de vida selvagem, pois consegue criar um belo e suave efeito bokeh, que isola o assunto principal da fotografia do plano de fundo. Essa característica é o que dá o senso de qualidade da fotografia de vida selvagem.

fotografia de vida selvagem

2. Modo prioridade de obturador

Um fotógrafo que deseja se envolver em fotografia de vida selvagem deve passar longe do modo prioridade de obturador. Caso ele seja escolhido, é provável que o fotógrafo tenha uma velocidade de obturador alta – e provavelmente muito alta para o que ele precisa.

A vida selvagem é mais ativa ao amanhecer e ao entardecer. Apesar de quem estar operando a câmera conseguir ver com clareza a cena à sua frente nessas condições, a luz disponível para a câmera fazer o retrato é baixíssima, especialmente se o fotógrafo estiver usando uma lente mais devagar que f/2.8.

Com o modo prioridade de abertura, não existe um limite real de quão rápido, ou devagar a velocidade do obturador deva ir – a pior coisa que pode acontecer é que o fotógrafo registre uma imagem borrada, apesar de que esse efeito pode gerar um tom artístico para esse tipo de fotografia. Por isso, essa é a melhor escolha.

fotografia de vida selvagem

Modo manual com ISO automático

Essa também é uma escolha popular entre os fotógrafos de vida selvagem. Ao escolher o modo manual da câmera deixando o ISO automático, o fotógrafo adquire controle tanto da abertura, quando da velocidade, deixando a câmera ajustar o ISO para balancear a exposição.

Esse modo permite ao fotógrafo ter a garantia de que a abertura e a velocidade desejada será alcançadaspara um efeito específico, mas, consequentemente, ele pode não perceber o aumento rápido do ISO conforme as condições de iluminação caem.

Nesse caso, a pior coisa a se acontecer é perceber que a fotografia está fantástica no visor da câmera, mas cheia de ruído quando ela é vista em maior tamanho no computador.

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